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Opinião - Clássico terá pouca influência das arquibancadas

Antes de falar do Gigante de Arroyito, estádio de Argentina e Brasil, importante ressaltar o perfil da torcida em Rosário. O público canta e pula sem parar. Nesse ritmo retilíneo nos 90 minutos, o palco do clássico de amanhã ganha importância. Acanhada, a edificação comporta 40 mil pessoas à beira do gramado. O campo não fica a mais de dois metros da arquibancada.

Leia a opinião completa de Rodrigo Fernandes, editor-assistente de Esportes da Gazeta do Povo

Buenos Aires e Teresópolis - Com a autoridade de quem já foi eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo (em 2007), Kaká foi ambíguo ao comparar as características dos ex-jogadores Dunga e Maradona, atuais técnicos de Brasil e Argentina. Para ele, Dunga prezava pela eficiência, enquanto Maradona era um exemplo de talento. Kaká disse que consegue aliar as duas qualidades e por isso, se intitula como "um jogador mais completo". Ao notar que suas declarações poderiam soar como uma afronta a Maradona, Kaká adotou um discurso mais cauteloso.

"Optei pelo misto. Não sou um grande artista como o Maradona foi, em relação às coisas que fazia dentro de campo. Sou mais completo e dessa forma procuro me comportar, porque sei das minhas limitações" disse o meia, ontem, na Granja Comary, em Teresópolis. "O futebol hoje é físico, só talento não é suficiente. Mesclar arte e eficiência é o ideal para hoje’’, acrescentou, tentando evitar que suas declarações se transformassem em polêmica com Maradona.

Contra a Argentina, Kaká vai completar 70 jogos pela seleção brasileira e espera, no mínimo, igualar a marca que pertence a Romário e Zico. Cada um deles fez 11 gols em Eliminatórias da Copa, um a mais do que o jogador do Real Madrid. Ele acrescentou que seria uma honra poder alcançar o feito, por ser um meia. "Não sou um grande artilheiro, um jogador de área."

O craque da seleção disse que o clássico de amanhã vai ser um jogo de "alta tensão", principalmente por causa da situação da Argentina na tabela de classificação – está em quarto lugar, sob ameaça de não ir à Copa. Ele negou, no entanto, que haja clima de guerra para o jogo. Também evitou transformar a partida em um duelo entre ele e Messi, apontado como favorito ao prêmio de melhor do mundo em 2009. "Por mim, eu votaria nele. O Messi desequilibra", admitiu.

A expectativa do camisa 10 é garantir a vaga ao Mundial já em Buenos Aires. Para isso, o time de Dunga terá de vencer os argentinos e torcer por uma derrota do Equador ante a Colômbia, em Medellín.

"Seria muito bom conquistar a vaga em cima da Argentina’’, disse. "Acredito que a seleção vai entrar como favorita no Mundial. Algumas seleções estão tendo dificuldade para se classificar, como França e Portugal’’, prosseguiu Kaká, que treinou ontem praticamente como um terceiro atacante. Ele atuou mais adiantado, próximo de Luís Fabiano e Robinho.

Do lado argentino, Maradona recorreu à reza na tentativa de vencer o Brasil, em Rosário. Pediu a realização de uma missa para fortalecer espiritualmente os jogadores. A celebração foi ontem, na capela San Francisco de Assis, pequena e aconchegante igreja construída no Centro de Treinamento da Associação de Futebol Argentina (AFA), em Ezeiza, região da Grande Buenos Aires.

A estratégia motivacional de Maradona havia iniciado já na quarta-feira, com os atletas recebendo a visita de seus familiares para um churrasco. A última dose de incentivo o treinador espera receber amanhã, no Gigante de Arroyito, em Rosário. A partida foi levada para lá justamente para explorar a pressão da torcida, que fica a 5 metros do gramado.

"Os jogadores sabem que o país precisa dessa vitória", disse Dieguito, que, paradoxalmente, não reconhece pressão sobre os atletas. "Não existe pressão no futebol, existe responsabilidade. Pressão têm aqueles que saem de casa todos os dias às 5 horas para trabalhar", afirmou.

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