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Preocupação da Justiça é com os materiais de construção no entorno do Maracanã | Ricardo Moraes / Reuters
Preocupação da Justiça é com os materiais de construção no entorno do Maracanã| Foto: Ricardo Moraes / Reuters

RIO DE JANEIRO - A liminar que suspendia o amistoso entre Brasil e Inglaterra, no domingo, na reabertura do Estádio do Maracanã, foi revogada pela Justiça. O governo do estado do Rio de Janeiro recorreu da decisão da 13ª Vara da Fazenda da Capital, atendendo pedido do Ministério Público, que alegou falta de segurança para a torcida.

Com a entrega do laudo da Polícia Militar à Justiça -- o que teria sido preponderante para a decisão inicial de suspender o jogo --, a juíza de plantão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro liberou o estádio para a partida. O laudo não havia sido entregue, de acordo com o Governo do Rio, por problemas burocráticos.

A preocupação da Justiça era em relação aos materiais de construção que se encontram no entorno do Maracanã, que poderiam ser utilizados em possíveis confrontos de torcida.

A decisão de suspender a partida foi tomada por volta das 16 horas de quinta-feira, com a seleção inglesa já hospedada no Rio de Janeiro –- bem humorado, o auxiliar-técnico Gary Neville, ex-lateral do English Team e do Manchester United, até afirmou que os britânicos estavam dispostos a "jogar na praia". Além disso, 70 mil ingressos já foram vendidos para o clássico internacional. O susto repercutiu internacionalmente e sacudiu a preparação da seleção brasileira – que transcorria até então, tranquila, na Escola de Educação Física do Exército, no bairro da Urca. Logo após o treino desta quinta, jogadores, comissão técnica e dirigentes foram surpreendidos pela notícia.

Imediatamente ao anúncio, o governo do Rio, proprietário do estádio, e a CBF, organizadora do evento, trataram de recorrer na Justiça e rechaçar qualquer chance de cancelamento. "A CBF possui todos os laudos comprovando a segurança", declarou Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. O governo também se apressou em vir a público garantir que a bola iria rolar. Em nota oficial, alegou que "todos os requisitos de segurança para o amistoso foram cumpridos e, por uma falha burocrática, o laudo da PM que comprova o cumprimento das regras de segurança não havia sido entregue à Suderj".

Para a liberação ser concedida, no entanto, era preciso confirmar as vistorias de prevenção e combate de incêndio, engenharia, condições sanitárias e de higiene. O MP reclamava que não havia obtido os laudos técnicos, mesmo com inúmeras solicitações.

Canteiro de obras Com ou sem os avais de segurança, à tarde, a dois dias da reinauguração, o Maracanã era um gigantesco canteiro de obras. Ao longo de todo o entorno, dezenas de operários executavam ajustes variados – soldas, pinturas, proteções etc.

Na entrada da estátua do Bellini (zagueiro capitão do título mundial brasileiro de 1958), um guindaste fixava torres de iluminação. Tamanha era a movimentação que, mesmo considerando a liberação pelo poder público, parece pouco provável tudo estar pronto até domingo para receber o duelo entre o brasileiro Neymar e o inglês Rooney.

Cenário de incerteza recorrente quando o assunto é o batizado Mario Filho. Pelo orçamento inicial, a reforma consumiria R$ 705 milhões –- atualmente, os gastos já extrapolam R$ 1 bilhão, tudo pago com dinheiro público. Não bastasse, a previsão era de que o novo Maracanã seria entregue em dezembro do ano passado. Compromisso igualmente desonrado.

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