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Os jogadores do Paraná estão torturando os torcedores do clube. Além de jogar um futebol miúdo e não respeitar a instituição em alguns momentos, os boleiros – de forma involuntária – mantêm viva a esperança de acesso.

Cada bisonho tropeço dos comandados de Dado Cavalcanti explode o contraditório sentimento: "Não dá mais". Após algumas horas e atualizações na tabela, vem a triste constatação: "Pior que ainda dá..."

Acreditar na volta à Série A neste momento é puro masoquismo – ou distorção da realidade, fábula de horror. A matemática surge como o remédio novo para quem está desenganado. Uma droga que protela o fim e aumenta o prazo de dor.

Na cabeça dos torcedores (embora passional) existe esse raciocínio, com um senão: a camisa entrou em campo, luta-se. Quando a bola rola, jogador preguiçoso, sem compromisso ou simplesmente babaca é subtraído pelo escudo no peito. "Tem chance, vou sofrer", pensam, de forma acertada. Com fé, vão ao estádio para apoiar.

Os tricolores não mereciam esse fim de 2013. Depois da mobilização em torno da equipe, a dezena de jogos com casa cheia, a busca por receitas e até doações em dinheiro, esperava-se alguma dedicação extra por parte do elenco.

Neste momento, diante do duelo desta noite com a classificada Chapecoense, na Vila Capanema, o afago mais lógico – não o esperado por quem deixa o amor próprio em segundo plano – seria chegar ao patamar de 0% nas chances de subir. Hoje são 6%, com oito rivais à frente na briga por duas vagas restantes.

A outra saída para o amedrontado elenco tricolor lhe forçaria vencer duelo a duelo, os quatro últimos. Deixaria assim cada dia deste mês em um melancólico suspense, verdadeiro martírio aos paranistas. O dilema entre a lógica e a paixão incomodando, sempre com ampla vantagem à segunda.

Caso os jogadores recoloquem o time na Primeira Divisão em 30/11, data da última rodada, receberiam um saboroso perdão. Também confirmariam que Deus se preocupa com coisas secundárias, pois será operado um milagre desnecessário em meio a tantas outras prioridades no mundo.

Como não resta outra saída aos paranistas de arquibancada, aplaudam os "pipoqueiros" de hoje (o termo forte, talvez inadequado, mas lugar-comum após tantos vacilos). O Paraná-2013, quem sabe, pode se tornar uma história bonita para palestrantes sobre "volta por cima" ou "luz no fim do túnel".

Importante é ir ao estádio sorrindo esta noite. Qualquer que seja o resultado do duelo com os catarinenses, não haverá motivo de tristeza no Durival Britto. Se o sonho acabar e o óbvio triunfar, pense que haverá mais tempo para a família e/ou amigos neste fim de mês.

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