Medo de perder dita a temperatura do clássico

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Atlético e Coritiba diziam durante a semana que a intenção no clássico era dar um fim à irregularidade que vem marcando a campanha de ambos no Brasileiro. Não deu certo, mas também, pelo pouco que produziram em campo, não há muito do que reclamar. Em um jogo frio, da temperatura da tarde de ontem em Curitiba, ambos deixaram a Arena sem gols. Restou valorizar o ponto somado diante do rival. Mérito principalmente das duas defesas.

O placar pode ser considerado menos interessante para os donos da casa. O Furacão contava com a vitória no Atletiba não apenas pelo reforço moral de superar um arquirrival, mas também porque é em casa que o time tem reagido na competição. Até por isso o pontinho acabou sendo valioso, já que o Rubro-Negro vinha de revés diante do Santo André, no interior paulista (1 a 0) e poderia passar duas rodadas em jejum se fosse surpreendido ontem. Por outro lado, sem ter encontrado forças para bater o Alviverde, a situação na Baixada continua delicada, pois o time está apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.

O ponto de vista do Alto da Glória é ligeiramente mais animador. Destaque-se o ligeiramente. Também acostumado a se dar bem somente em seu território, finalmente o Coritiba voltou a somar ponto fora de suas fronteiras. O resultado, entretanto, tem mais poder motivador do que propriamente prático, já que o clube tem parcos dois pontos de vantagem para o adversário deste domingo. Relaxar está longe de ser uma opção, com o risco de voltar a ser o ponto descendente da gangorra que envolve o destino da dupla paranaense nesta Série A.

"Ficou de bom tamanho. O importante é que somamos um ponto", opinou o volante coritibano Leandro Donizete, dando o tom geral nas entrevistas pós-jogo. Se o Atlético buscou um pouco mais o ataque no primeiro tempo e passou a incumbência para o visitante após o intervalo, o certo é que a prioridade era não sair de campo de mãos abanando. "Claro que a vitória seria o ideal, mas o importante é pontuarmos", reforçou o técnico Waldemar Lemos, que disputou seu primeiro Atletiba.

Para continuar cumprindo esse objetivo, o Furacão vai precisar de melhor desempenho – especialmente ofensivo – na quarta-feira. Para que o ponto somado no clássico tenha valido a pena, o time terá de segurar o Santos, na Vila Belmiro, na reestreia de Vanderlei Luxemburgo. Já o Coritiba recebe o Sport no dia seguinte com a missão de voltar a mostrar que é soberano no Couto Pereira.