O basquete brasileiro tenta se adaptar o quanto antes às novas regras para o esporte, em vigor há um mês e meio, de acordo com as determinações da Federação Internacional (Fiba). Não está sendo fácil.
Entre as alterações, a mais problemática trata do aumento da distância em meio metro da linha dos três pontos. Assim, na primeira competição nacional a aplicar as mudanças, o Novo Basquete Brasil (NBB), o campeonato brasileiro, ainda acontece de um jogador comemorar um chute longo e só em seguida perceber que ele teria de ser feito de mais longe para valer os três pontos.
Depois de três rodadas, vê-se que os jogadores já evoluíram. Na estreia, há duas semanas, por exemplo, o armador Nezinho, do Brasília, tentou oito bolas de três na partida contra o São José. Converteu cinco. Não sentiu tanto a diferença. Outro exemplo foi o ala Jefferson Sobral, do Araraquara: contra o Minas, converteu quatro dos oito arremessos de fora.
"O arremesso mais longo é algo que os jogadores já vinham treinando porque, quão mais distante for o chute, mais difícil de a defesa interceptar", explica o gerente técnico da Liga Nacional de Basquete (LNB), organizadora do NBB, o ex-técnico Lula Ferreira. A mudança na regra não se restringiu à linha dos três pontos. Outras marcas da quadra sofreram alteração, assim como a marcação de tempo. Todas visam manter o jogo dinâmico e aproximá-lo ao disputado da NBA, a liga norte-americana.
"As mudanças são boas. Quanto mais o basquete for igual no mundo inteiro, melhor para o esporte", avalia o jornalista Rodrigo Alves, que comenta sobre basquete no blog Rebote, do site globoesporte.com.
A marcação de um semicírculo abaixo do aro no qual não há marcação de falta de ataque e a "retangularização" do garrafão (até então em forma de trapézio, veja ilustração) também seguem a influência da NBA. "O basquete tem o hábito de se atualizar de quatro em quatro anos. Mantém o esporte dinâmico, nem fácil e nem difícil de jogar", diz Lula.
A marcação de uma linha de reposição de bola no campo de ataque para os últimos dois minutos de jogo e a revisão da regra dos 24 segundos de posse de bola, fala o dirigente, são mudanças sutis que evidenciam o papel do técnico como estrategista durante o jogo.
"No final da partida, ele poderá usar um pedido de tempo e, combinando a nova regra de reposição no ataque com a possibilidade de fazer o time ter mais ou menos tempo de posse (não é mais em qualquer situação que o cronômetro é zerado) para influenciar no placar", exemplifica.
Embora a mudança de regras seja habitual no basquete, a altura da cesta, a 3,05 m do chão, é a mesma desde a criação do esporte, há 119 anos. "Mas até isso chegou no limite. Há 20 anos, era difícil ter um jogador que fizesse uma enterrada. Hoje, é difícil o atleta que não faça", afirma Lula, já prevendo uma alteração na regra em breve.
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