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Apesar de a polícia ter descartado a ligação das torcidas organizadas com a morte do coxa-branca Maicon Diego Prestes de Oliveira, de 20 anos, o homicídio pode estar se transformando em mais um capítulo da intolerância entre facções dos clubes de Curitiba.

Integrante do Comando Oeste da Torcida Império Alviverde, principal uniformizada ligada ao Coritiba, Maicon morreu na manhã de domingo, vítima de um disparo ocorrido na madrugada de sábado, na Praça Rui Barbosa, no Centro da cidade.

Segundo informou à Gazeta do Povo um dos amigos do jovem morto, havia no grupo de 20 agressores pessoas usando a camiseta do Atlético e da Torcida Organizada Os Fanáticos – o atentado teria partido da Faixa de Gaza, uma das subdivisões da facção.

Desde domingo já circulavam ameaças de revide no site de relacionamento Orkut. No tópico "Morte, Luto", na comunidade oficial das organizadas do Paraná, torcedores prometiam vingança aos supostos assassinos.

"Não é do nosso costume envolver polícia. Se forem ‘eles’ mesmo (sic), vão ser cobrados na rua", escreveu um deles, que assina com as iniciais da torcida alviverde: I*A*V. A pedido dos próprios usuários, o tópico foi retirado do ar na segunda-feira.

As tentativas de represálias via internet não preocupam os dirigentes das organizadas. "Orkut é coisa de piá. De quem tem de entrar para casa quando começa a anoitecer. Não dá para levar em consideração", afirma Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império. "Cobraremos do Ministério Público para que o caso seja investigado, ninguém falou em vingança. E, se houver, que se aja com o mesmo rigor. Crime é crime, não importa o lado", emenda.

O discurso encontra eco no comando da rival Os Fanáticos. "Isso aí (Orkut) é coisa de bunda mole, de quem não tem moral para nada. Quem quer fazer alguma coisa, vai e faz", diz Júlio César Sobota, presidente dos Fanáticos. "(O orkut) serve para que a polícia tenha como ir atrás de quem escreve esse tipo de coisa. Pregamos que quem faça algo de errado, seja punido", acrescenta ele, relacionando a violência a ex-integrantes da organizada, expulsos por mau comportamento.

Delegado do Núcleo de Atendimento a Futebol e Eventos da Polícia Civil, Clóvis Galvão Gomes explica que o departamento vem monitorando com frequência o site. "Se houver (represália), é lógico que vai haver a prevenção. A polícia vai chegar antes".

Procurado pela reportagem, o coronel da Polícia Militar, Jorge Costa Filho, não pôde atender as ligações por ter passado o dia em reunião.

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