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A devastação causada pelo furacão Katrina transformou o Superdome, estádio do Saints, em abrigo provisório: o Super Bowl pode coroar a redenção de Nova Orleans | Shannon Staples/Reuters
A devastação causada pelo furacão Katrina transformou o Superdome, estádio do Saints, em abrigo provisório: o Super Bowl pode coroar a redenção de Nova Orleans| Foto: Shannon Staples/Reuters

Palco da final estreia seu 4.° nome diferente

As atenções de centenas de milhões de americanos estarão voltadas hoje para o Sun Life Sta­­dium, em Miami, na Flórida. Mas mesmo um grande fã de futebol americano pode estar um pouco perdido caso não tenha acompanhado as últimas notícias. Trata-se do estádio do Miami Dolphins, que desde sua inauguração em 1987 já mudou de nome diversas vezes.

A estrutura foi a primeira de seu estilo a ser construída com investimentos particulares, bancado pelo então proprietário do Dolphins, Joe Robbie. Isso possibilitou, posteriormente, a venda dos direitos do nome do estádio para outras empresas. Com isso, o local já foi batizado como Joe Robbie Stadium, Pro Player Park, Pro Player Stadium, Dolphins Stadium, Dolphin Stadium e Land Shark Stadium até receber, no dia 20 de janeiro, seu novo nome.

Mas essas alterações em nada diminuem as características da estrutura esportiva. Com cadeiras para 75.540 pessoas, o estádio é equipado com dois telões de 15 metros de largura por 42 de altura cada e oferece estacionamento para 23.800 carros, 108 ônibus, 90 Motorhomes, 225 limosines e mais 250 vagas para portadores de necessidades especiais.

Recentemente, o Sun Life Sta­­dium recebeu uma decoração especial criada pelo artista plástico brasileiro radicado em Miami Romero Britto. Dos dez Super Bowls realizados no sul da Flórida (inclusive o de hoje), o estádio foi o palco para cinco.

  • O Sun Life Stadium, em Miami, recebe a 44 ª edição do Super Bowl

O esporte é sempre uma alternativa para relaxar e, mesmo que por poucas horas, esquecer dos problemas. É assim que a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos, tem lidado com a tragédia causada pelo furacão Katrina no final de agosto de 2005, que matou cerca de 1,8 mil pessoas.A cidade ainda guarda cicatrizes e precisa se recuperar em diversos aspectos. Mas esse não é o caso do time local de futebol americano, o New Orleans Saints. Pouco menos de cinco anos depois da catástrofe, a equipe disputa hoje, contra o Indianapolis Colts, a partir das 21 horas (de Brasília), o título de campeão nacional no Super Bowl, evento mais esperado do ano.No esporte americano, são raras as cidades que possuem mais de um time profissional da mesma modalidade. Daí a grande ligação entre os moradores locais e as equipes. E atualmente, depois de todos os problemas que enfrentaram juntos, os cidadãos de Nova Or­­leans e o Saints são responsáveis pela relação mais profunda entre time e fãs nos Es­­tados Unidos.Todos sofreram com o Ka­­trina. Na temporada de 2005, que começou dias depois que o furacão causou a inundação de 80% da cidade, o New Orleans Saints venceu apenas 3 dos 16 jogos que disputou. As partidas foram mandadas em outras cidades porque o estádio Loui­­sia­­na Superdome, casa do Saints, sofreu grandes estragos com o desastre. O local ficou mundialmente famoso por servir de abrigo para as vítimas que ficaram isoladas por dias.

A temporada de 2006 marcou um novo tempo. Foi nesse ano que o atual técnico, Sean Payton, assumiu o cargo, e com ele o desafio de reconstruir o time. "Foi uma decisão difícil", conta. "Eu tinha preocupações logísticas sobre como seria viver lá tão pouco tempo de­­pois do Katrina, e são receios que envolviam a minha família, jo­­gadores e técnicos que pretendia levar comigo." Outro que ganhou a chance de um novo começo foi o quarterback Drew Brees, que havia ficado de fora da última temporada por causa de uma lesão no om­­bro. Juntos, Brees e Payton re­­volucionaram o programa de futebol americano do time e hoje estão na elite da modalidade.

Naquela temporada o Saints voltou definitivamente para Nova Orleans, e os moradores esgotaram os ingressos para todos os jogos do ano mesmo antes da estreia. Como resultado, o time ficou a apenas um passo do Super Bowl de 2007, mas perdeu para o Chicago Bears na decisão do título de conferência.

Agora, quase cinco anos depois da catástrofe, a cidade que perdeu quase tudo tem um dos melhores times da NFL, com um ataque arrasador e uma defesa extremamente agressiva. "Nosso sucesso já tem sido recompensador apenas por poder dar esperança e alegria para a comunidade", conta Drew Brees. "A responsabilidade é imensa, mas sentimos uma força extra ao saber que o espírito da população da cidade está conosco."

A pressão à qual se refere o quarterback é causada pela trajetória do time na última temporada. Em 42 anos de história, essa é a primeira vez que o New Orleans Saints ganhou na decisão da conferência e avançou para o Super Bowl. "O clima na cidade está uma loucura, tinha uma multidão no aeroporto antes de sairmos de lá", disse o defensive end Will Smith. "Esse jogo significa muito para a comunidade, e faremos de tudo para sair com a vitória."

Ao Indianapolis Colts cabe o papel de carrasco e tentar impedir esse final hollywoodiano para a história de Nova Orleans e seu amado time. Com tanta paixão envolvida em todos os lados, um jogo histórico na noite de hoje é o mínimo a se esperar.

Ao vivo

New Orleans Saints x Indianapolis Colts, às 21 horas, na ESPN e no BandSports.

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