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Edgar Diniz, da Live FC. | Reprodução
Edgar Diniz, da Live FC.| Foto: Reprodução

Antes de ser empreendedor, o carioca Edgar Diniz, 50 anos, sempre foi uma aficionado por esportes – do futebol ao golfe, garante. Agora, o sócio-fundador do canal Esporte Interativo (EI), vendido ao grupo americano Turner em 2015, faz parte de uma revolução na maneira de se consumir o esporte como produto.

Em 2017, cerca de um ano após deixar a presidência do EI, Diniz começou a planejar a empresa Livemode, criadora da plataforma de streaming Live FC. Responsável pela transmissão da Copa do Nordeste e do Campeonato Paranaense em sua primeira “temporada”, o canal se apresenta como uma alternativa de transmissões ao vivo para clubes, ligas e federações que, digamos, buscam visibilidade.

“Estamos olhando para onde tenha a necessidade para se resolver um problema”, afirma Diniz, que coloca o futebol como a prioridade do momento, mas não descarta expandir para outros nichos no futuro.

O que o empreendedor garante é que o Live FC não é concorrente da gigante do streaming esportivo DAZN, por exemplo, que comprou os direitos de transmissão de vários campeonatos para o Brasil, incluindo a Copa Sul-Americana e o Campeonato Italiano.

“Nossa visão é ajudar clubes, ligas, federações, competições, etc. a levar o conteúdo que não está disponível da forma tradicional ao torcedor. É um modelo diferente do modelo do DAZN, que está comprando direitos de transmissão. Não é isso”, explica.

Confira abaixo a entrevista completa:

Como surgiu a ideia do Live FC?

A visão do Sergio Lopes e minha sobre a Livemode, que é a empresa que criou o Live FC, é ajudar as entidades esportivas, clubes, ligas, federações a criar novos modelos no mundo digital. Nosso foco é trabalhar junto com eles, criando soluções para desenvolver esse mundo digital, o que é muito importante para, aos poucos, substituir o ecossistema tradicional. 

Então, o Live FC surgiu por conta do nosso trabalho com a Liga do Nordeste, como uma solução de transmissão de streaming para a Copa do Nordeste. Uma plataforma que exibe os jogos e, de alguma forma, gera uma receita complementar para os clubes. E quando começamos a fazer isso, os clubes e a federação paranaense perguntaram se a gente poderia disponibilizar também no Campeonato Paranaense.

No Paranaense, a Live FC arca com os custos de transmissão dos jogos. Quanto custa produzir uma partida?

É um valor que varia muito. Uma transmissão padrão Globo custa não menos de R$ 100 mil. Uma produção com padrão de streaming, podemos fazer entre R$ 15 mil e R$ 30 mil por transmissão, esse é um valor razoável.

Nessa temporada, o streaming foi tratado com uma experiência no Paranaense, já que ainda é novidade para o público. Como foi o contato para implementar a plataforma aqui? Como vocês avaliam o mercado de futebol no Paraná?

Eles [clubes] que nos procuraram. Perguntaram como seria o modelo de divisão de receitas, se a gente poderia arcar com os custos de produção, e criamos esse modelo, no qual dividimos as receitas. Estamos fazendo [a cobertura] nesse ano, e acho que está sendo um bom teste para todos.

Acreditamos muito no mercado paranaense, mas esse é um negócio que não vai gerar um volume enorme de receita imediatamente. É preciso uma mudança de hábito, todo mundo aprendendo a usar e assistir. O grande benefício nesse primeiro ano é ter os jogos transmitidos, os torcedores poderem acompanhar, algo que fazia falta no Paranaense dada a situação dos últimos anos. Estamos sentindo uma repercussão muito boa, felizes com o resultado das transmissões e como o público está aceitando e se habituando a ver aos jogos de forma diferente.

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Como é sua relação com Mario Celso Petraglia, que é quem tem liderado os clubes paranaenses?

Já o conhecíamos do Esporte Interativo, lá de atrás até. Na verdade, quem nos procurou foram Coritiba e Athletico, juntos. E depois levaram para os outros clubes. Eles nos procuraram primeiro, já tínhamos relação do passado. Eles viram o que estava sendo feito na Copa do Nordeste e perguntaram se poderia ser feito algo parecido no Paranaense. Tivemos uma ótima receptividade dos outros clubes e o presidente da federação também.

Qual o balanço até agora?

Está muito no começo ainda. Por questão de confidencialidade não falamos em números específicos e não há nada que posso dizer hoje porque acabamos entrando na quarta rodada do primeiro turno. Depois veio a final do turno, que não pudemos mostrar. Foram poucos jogos. No fim do campeonato vamos fazer um balanço melhor.

Quais os principais desafios do streaming? Em quanto tempo ele será ‘normal’ para o público?

Acho que vai levar alguns anos. Tem um movimento, quando você olha para o mercado, o Facebook transmitindo Libertadores, tem o DAZN, que comprou direitos de transmissão da Copa Sul-Americana. Então há vários movimentos que vão ajudar a impactar na mudança de hábito.

Obviamente a questão da internet é um desafio, tanto da estabilidade para produzir e entregar o sinal, quanto – e especialmente – o que os técnicos chamam de ‘última milha’, que é chegar na banda larga do cliente, onde há muita variação na qualidade da banda larga de cada assinante. Tudo isso está evoluindo simultaneamente, está se aumentando a velocidade.Tem também o Netflix, que ajuda na questão do hábito, e com uma qualidade excepcional. Tudo isso vai se juntando e, ao longo dos anos, o movimento de streaming vai ganhando corpo... Acho que pode se tornar um hábito num horizonte de três a cinco anos.

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Em qual nicho você enxerga o Live FC?

Nossa visão é ajudar clubes, ligas, federações, competições, etc. a levar o conteúdo que não está disponível da forma tradicional ao torcedor. É um modelo diferente do modelo do DAZN, que está comprando direitos de transmissão. Não é isso.

O Live FC não se considera concorrente do DAZN?

Não, de jeito nenhum. Estamos trabalhando ao lado de clubes, federações e ligas, desenvolvendo soluções para as entidades esportivas. Mas, complementando, isso pode acontecer em outros esportes que não o futebol. É questão de oportunidade para poder ajudar outros esportes e gostamos da ideia. Tudo dependente de conseguir trabalhar junto com alguém que queira desenvolver esse formato e que a gente consiga vislumbrar um jeito de gerar receita para pelo menos pagar o custo e desenvolver o produto ao longo do tempo.

Hoje o LIVE FC tem Copa do Nordeste e Paranaense no cardápio. Quais os planos para aumentar esse cardápio?

Estamos olhando para onde tenha a necessidade para se resolver um problema. Tem muitas competições de base do futebol brasileiro, esportes olímpicos, futebol feminino é outro lugar com pouca distribuição e visibilidade. Onde vermos um produto com pouca visibilidade e para quem faça sentido é a oportunidade que estamos olhando. Mas agora estamos com as mãos cheias, dá trabalho entregar. Estamos muito preocupados em fazer um bom trabalho no que estamos fazendo.

Você percebe os canais de televisão já apostando forte no streaming?

Vejo todos se movimentando, mas não mudando o modelo – usando como complemento. O próprio Premiere já oferece streaming, têm também o Watch ESPN, o EI+, a Fox também oferece. Todo mundo está vendo as mesmas tendências e cada um, dentro do seu modelo de negócio, complementando com o streaming.

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Athletico e Palmeiras ainda não assinaram contrato de TV com a Globo. O que isso representa para o mercado?

No Brasileirão, o modelo tradicional de TV aberta, TV paga e PPV ainda é predominante e vai continuar por vários anos. Acho que tudo vai se encaixar, as transmissões vão começar e, na minha opinião, a tendência é os clubes fechando com a Globo. Mas é uma opinião de quem está assistindo.

Com a definição de que o Fox Sports precisa ser vendido no Brasil para a concretização da fusão da Disney com a 21st Century Fox, você não sentiu vontade de voltar a trabalhar com TV aberta?

Não, não, não [risos]. Foi um ciclo. Agora estamos no mundo digital. Mas estou curioso para ver o que vai acontecer. Estamos desenvolvendo um negócio devagarinho no mundo digital. Essa aí é uma briga de cachorro grande.

Você pensa, por exemplo, em trazer grandes narradores e/ou comentaristas para as transmissões do Live FC?

Na verdade, nosso ângulo é trazer jovens profissionais e dar a chance de eles crescerem junto. O nosso modelo de negócio não permite gastar com profissionais de renome, ex-jogadores, que tem uma alta renumeração merecida e justa. Não podemos dar grandes tiros nessa direção. Aproveitamos para formar gente nova e, quem sabe, esses não se tornam conhecidos?

Quantas pessoas a Livemode emprega por rodada?

Temos hoje, entre 40 e 50 pessoas envolvidas na produção e transmissão diretamente. E aí mais 40, 50 indiretamente.

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É possível que a Globo não transmita vários Estaduais a partir de 2020. É uma oportunidade que o Live FC está de olho?

Eu já li sobre isso, mas confesso que minha impressão é de que os contratos continuam e os estaduais serão transmitidos. Isso aí é mais a dinâmica negocial, acho que os Estaduais vão seguir na TV normalmente. A maior parte dos contratos, minha impressão, ainda têm alguns anos. Não vejo, até agora, oportunidades claras. E os valores dos Estaduais são relevantes, altos. A melhor solução para eles ainda é a via tradicional.

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