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O que não enxerga é o Mizaru. O que não escuta é o Kikazaru. E o que não fala é o Iwazaru. Esses são os Três Macacos Sábios esculpidos na porta do Estábulo Sagrado do templo xintoísta do século 17 que está na cidade de Nikko, no Japão.

Pois já passou da hora para que os clubes do futebol brasileiro deixem de usar, mesmo que de maneira inconsciente, os três macacos como símbolo de suas mazelas. São tantos os casos de corpo-mole de jogadores para derrubar o técnico; relacionamentos conflitantes entre dirigentes, supervisores e técnicos e no fim das crises ninguém viu, ninguém ouviu e, sobretudo, ninguém fala.

Outra coisinha que precisa ser mesurada é a verdadeira influência do treinador no rendimento dos times durante os jogos. Que esses profissionais são importantes e, em alguns casos fundamentais, na escolha dos jogadores e na formação do elenco, na organização do planejamento, na aplicação dos conceitos táticos e na estratégia dos métodos de trabalho não existe contestação. O que intriga é até que ponto o técnico pode influir no comportamento do time na busca do resultado com a partida em andamento.

Está provado que o troca-troca não resolve, ainda mais um troca-troca insano como esse que vem sendo praticado pelo Atlético: 9 técnicos em um ano e meio. Um recorde nacional, talvez internacional. Marcelo Oliveira vinha realizando competente trabalho no Coritiba, pois substituiu Ney Franco, por ele indicado para o cargo par dar continuidade ao projeto do clube, porém aos poucos ele foi perdendo fôlego e os resultados minguaram. Alguns atribuem o desgaste ao tempestuoso relacionamento com o superintendente Felipe Ximenes, outro profissional de alto nível que começa a sentir os efeitos da fadiga de material no Alto da Glória. Se perguntados a respeito, ambos negam, lembrando os macaquinhos lá do início deste artigo.

No Palmeiras pelo menos as coisas ficaram bem claras com a demissão de Felipão, o mais caro do país – R$ 700 mil por mês – e o mais forte candidato a substituir Mano Menezes na seleção. Felipão bateu de frente com quase todo mundo, do presidente ao ponta esquerda. Mas a fritura feita pelos jogadores com bisonhas atuações nas últimas partidas parece ser resultado dos embates entre o vigoroso treinador com Roberto Frizzo e, mais recentemente, com César Sampaio.

E da mesma forma que o Bahia, por exemplo, patinava com Caio Júnior e deslanchou com Jorginho; ou o São Paulo que investiu verdadeira fortuna na formação do elenco e não consegue ganhar um título ou, ultimamente, sequer uma vaga na Libertadores, o enigma dos técnicos persiste. Ou em vez da baixa qualidade técnica dos jogadores contratados os responsáveis pelos últimos fracassos do poderoso São Paulo seriam apenas Leão e Ney Franco?

Os macaquinhos que respondam...

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