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Hélio Cury, presidente da FPF, reconhece erro, mas diz que houve negligência de todos | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Hélio Cury, presidente da FPF, reconhece erro, mas diz que houve negligência de todos| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Entenda o caso

11/09/08 – O regulamento do campeonato deste ano havia sido esboçado em um pré-arbitral. No arbitral do dia 11/11/2008, o documento foi oficialmente apresentado a representantes de todos os clubes e assinado por eles.

11/02/09 – A Federação Paranaense de Futebol divulga tabela da segunda fase. Líder da primeira fase, o Atlético indigna-se por ter que enfrentar o segundo lugar fora de casa. O Rubro-Negro protesta na FPF, mas sem sucesso.

16/02/09 – O Atlético protocola no STJD um pedido para que o artigo 9º seja cumprido na íntegra. A norma diz que "na segunda fase, as oito equipes classificadas se enfrentam em turno único, com mando de campo da equipe que teve melhor classificação geral na fase anterior". Com isto, o Furacão entende que, garantindo a primeira colocação, poderá mandar os sete jogos do octogonal em casa. É o chamado "supermando".

12/03/09 – Diante do entrave jurídico, em reunião da Futpar, o Atlético propõe abrir mão do supermando desde que enfrente 2º, 3º, 4º e 5º colocados na Arena. A FPF não aceita mudar a tabela e deixa a decisão a cargo do STJD, no dia 26.

17/03/09 – Presidente de FPF admite que pode ocorrer problemas no início do octogonal por falta de datas, pois o julgamento sobre o regulamento irá ocorrer um dia após o término da fase classificatória e menos de 48 horas antes do início do octogonal decisivo, marcado para os dias 28 e 29 de março.

O fim da primeira fase do Paranaense se aproxima e só cresce a polêmica em relação ao futuro do campeonato regional. No centro desta discussão está a entidade responsável por organizar a competição, a Federação Paranaense de Futebol (FPF), e seu presidente Hélio Cury. Assumindo que "não aguenta mais falar sobre o artigo 9º", o gerente do futebol estadual afirma ainda que houve erro na elaboração do regulamento, o Atlético tem razão em buscar seus direitos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e não garante o início da próxima fase na data pré-agendada.

Esse é o primeiro Campeonato Paranaense inteiramente concebido na sua administração. Até o momento, em que a FPF acertou e errou?

Os pontos positivos são a mudança para diminuir o número de times e os pontos corridos. Sem contar que o equilíbrio, que deve ocorrer até a última rodada. O único ponto negativo é o problema relacionado ao artigo 9º, que está gerando todos estes problemas.

Se a intenção da FPF era que os quatro primeiros colocados tivessem quatro mandos no octogonal, por que isso não foi escrito textualmente no regulamento?

Após o arbitral ficou entendido por todos que haveria os quatro mandos para os quatro primeiros colocados, mas houve um erro na hora de digitar o regulamento. Nós não deixamos de nos responsabilizar por isto – e eu, como presidente, tenho maior responsabilidade. Mas o erro não foi só nosso – e sim de todos os clubes, que aprovaram e assinaram o regulamento antes do campeonato.

O senhor assinou o regulamento antes de ele ser divulgado. A redação do artigo 9º em nenhum momento lhe chamou a atenção? Não lhe pareceu evidente que a interpretação geral seria a do supermando?

Não, eu não tinha percebido. Isto só foi me chamar a atenção a partir da quinta rodada. Mas, reitero, a culpa não é apenas da Federação e sim de todos os clubes, que aprovaram o regulamento no arbitral. A verdade é que, no arbitral, a maioria dos clubes estava mais preocupada com a parte financeira, o quanto cada um ia receber e quanto seria pago para a arbitragem.

O Atlético cobra boa vontade da FPF para resolver o caso. Tem faltado boa vontade à FPF? O que o senhor tem achado da postura do Atlético neste episódio?

Não está faltando boa vontade. Nós estamos fazendo tudo o que é possível para atender todos os lados, mas existem interesses, como da televisão, que não podem ser desprezados. Quando à postura do Atlético, eu acho que é válida. Vivemos em uma sociedade democrática e todos podem recorrer à Justiça quando acreditam que seus direitos não estão sendo respeitados.

O julgamento do artigo 9º será no dia 26 de março e dia 29 tem jogo da seleção brasileira, o que deve obrigar parte da 1.ª rodada do octogonal a ser realizada no sábado, dia 28. É possível assegurar o início do octogonal para a data marcada mesmo que se precise mudar a tabela?

Nós vamos esperar a decisão do STJD para depois nos pronunciarmos sobre o assunto. Inclusive iremos até ao Rio de Janeiro para defendermos nosso ponto de vista.

Mas em relação ao tempo: é possível que o octogonal não comece no dia 28?

Talvez. Nós iremos analisar o calendário e, dependendo da decisão do STJD, tomaremos a atitude necessária.

O TJD lhe deu alguma explicação para a demora no envio do processo ao STJD? A procuradoria do STJD já disse que a demora nesse procedimento fará o julgamento ocorrer depois da primeira fase...

Tanto o TJD quanto o STJD são órgãos independentes e não cabe a mim opinar sobre eles. Mas, por outro lado, o processo está parado há quase um mês no STJD (o envio ocorreu na verdade no dia 3/3, 19 dias após a apreciação no colegiado local). Então o problema não é só do nosso tribunal.

A última rodada tem uma equipe de folga e duas partidas marcadas à tarde, enquanto as demais serão à noite. Essa composição não abre espaço para acertos de resultado que possam manchar o campeonato?

O Rio Branco já sabia desde o começo que folgaria na última rodada. Já sobre as equipes que vão jogar à tarde, a tabela teve de ser mantida porque não há iluminação (nos estádios), um problema inclusive que pode ocorrer na segunda fase. Mas eu acredito que não deve haver a possibilidade de combinação de resultados, pois o campeonato está muito disputado e qualquer acerto pode acabar não dando certo.

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