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Gazeta do Povo -- Historicamente os times que sobem para a Série A têm dificuldades no primeiro ano, alguns até acabam rebaixados. Como o Coritiba está se armando para fazer um bom Brasileiro e não correr mais riscos?

Vilson Ribeiro de Andrade -- Conceitualmente os clubes que sobem para a Primeira Divisão são clubes de uma faixa etária mediana, que não têm o poder financeiro, o orçamento dos clubes do eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Só para se ter uma ideia: o orçamento do São Paulo em 2010 foi de R$ 200 milhões. Grêmio e Internacional também estão muito próximos desta faixa. Para nós, isso é uma dificuldade muito grande. A imposição de salários e o custo dos jogadores na Primeira Divisão é muito alto. Quem não estiver estruturado, não tiver um orçamento de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões, irá lutar para não cair, não tenha dúvida. Nós aqui no Coritiba temos consciência disso. Estamos consolidando a estrutura da categoria de base, trazendo jogadores competitivos. Vamos disputar o [Brasileiro] sub-23, que acho muito importante porque prepara os jovens para o profissional, para o time titular. Temos ainda outro problema: a janela, que os clubes menores sofrem terrivelmente com a perda de jogadores. Em cima disso, estamos estruturando o time para o Paranaense para, quando chegar o Brasileiro, precise de poucas peças para ser agregadas ? talvez no máximo 3. Do contrário o time pode entrar em parafuso e cair.

Qual o orçamento do Coritiba atualmente?

Para 2011 o orçamento é de R$ 60 milhões. Cresceu assustadoramente em relação a este ano [orçamento de R$ 36 milhões]. Fruto do trabalho da área de marketing, do profissionalismo das pessoas. Não colocamos os valores de atletas nesta conta porque isso pode acontecer ou não. Ainda é apertado, mas temos condições de melhorar a receita. Por isso faço um apelo para que os torcedores venham contribuir com o clube, venham se associar.

O que influenciou nessa evolução, só as cotas de televisão?

A cota de tevê não influencia muito. Foram os sócios e o uso da marca Coritiba ? a venda de produtos, de placas no estádio e o própria utilização do Couto Pereira. Hoje o estádio só abre para 40, 46 espetáculos em 365 dias. É um absurdo, o estádio não pode ser um elefante branco. Temos o projeto de melhorá-lo para poder utilizá-lo em treinamentos de empresa, festas de criança e até casamentos ? claro que para os sócios do clube. Houve também ganho com patrocínio. Não posso anunciar ainda, mas uma grande empresa paranaense patrocinará o Coritiba.

O senhor não quer falar, mas a empresa é a J. Malucelli. O próprio Joel Malucelli, presidente do grupo e ex-presidente do Coritiba, já anunciou o acerto. Nos bastidores comenta-se que a parceria não envolverá dinheiro, mas sim o abatimento da dívida que o clube tem com o Joel. Precede essa história?

Vai entrar recursos. Os conceitos são menos importantes. O importante é o projeto.

A J. Malucelli ficará no lugar da BMG?

Não, será uma empresa a mais [irá patrocinar o calção e a parte inferior do uniforme, embaixo do número].

Até que ponto a proibição da entrada no estádio de adereços das organizadas contribuiu para esse aumento de receita?

Não tenha dúvida [que contribuiu]. A organizada é um concorrente desleal do Coritiba. Ela vende produtos sem o clube lucrar com isso. Produtos mais baratos e de péssima qualidade. Eles também usavam faixas no estádio encobrindo as placas dos patrocinadores, obrigando os proprietários a cancelar os investimentos. Tudo isso foi um fator positivo.

Confira um vídeo com alguns dos melhores momentos:

Presidente Coritiba

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