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“Atleta” arremessa seu caroço de azeitona em busca do título em Londres | Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo
“Atleta” arremessa seu caroço de azeitona em busca do título em Londres| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/ Gazeta do Povo
  • Medalhas levam símbolo dos Jogos

Gastos com segurança: zero. Investimento na construção de instalações esportivas: nenhum. Dinheiro empregado em tecnologia para as transmissões: nada. E o que mais interessa, legado deixado pela competição: um bafo mediterrâneo.

Enquanto a Olimpíada vai embalando aos poucos, Londres recebeu um evento singular ontem à tarde. No bairro de Notting Hill, foi rea­lizado o campeonato de arremesso de caroço de azeitona.

Qualquer um podia competir. Sem pré-olímpicos nem a necessidade de atingir índices. Participaram 51 pessoas de 10 países – gente da Gré­­cia, Argentina, Polônia, Hungria, Inglaterra, Itália e, especialmente, "atletas" da Espanha, país organizador. Nenhum brasileiro.

A grande cusparada, ou melhor, arremesso foi de Ri­­cardo Legidos. O madrilenho lançou o fruto a 13,15 m, marca que lhe valeu a medalha de ouro. "É uma emoção indescritível subir ao alto do pódio. Pena que não providenciaram o hino", brinca o jornalista.

Com 10,37 m, o italiano Giu­­sep­­pe Valada explica a técnica para expulsar com força o aperitivo aos ares. "Primeiro, claro, você deve comer a azeitona, deixá-la o mais leve possível. Depois, prendê-la entre os dentes. Aí, inclinar o corpo para trás, lançar-se para frente e cuspir com tudo, soltando o ar", diz o advogado e dublê de cozinheiro em Londres.

O recorde mundial é de 21,4 m. Feito que, consideran­­do os lançamentos de ontem à tarde, deve durar tanto quanto o tabu da seleção canarinho de futebol nos Jogos. "É complicado, mas quem sabe os brasileiros não conseguem daqui a quatro anos?", sugere Antonio Salmerón.

O professor de inglês é um dos organizadores do torneio que promove a azeitona da região espanhola da Murcia e chuvas de perdigotos por onde desembarca. E, de acordo com ele, a competição estará na Olimpíada do Rio de Ja­­nei­­ro, em 2016. "Já fizemos em Pequim, em 2008, e foi um su­­cesso. E agora viemos para Londres apenas para isso. Espero que os brasileiros treinem bastante até lá", diz.

No mês de agosto, será rea­­lizado o Mundial, sempre sediado em Bruxelas, na Bélgica. Uma tradição que remonta a 1995, quando o campeonato começou, inspirado por um embate australiano de arremesso de caroços de cereja.

* Piada olímpica

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