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Robson Conceição, medalha de ouro no boxe, presta continência durante o hino nacional. Resultado do PAAR. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Robson Conceição, medalha de ouro no boxe, presta continência durante o hino nacional. Resultado do PAAR.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Com a boa campanha dos integrantes das Forças Armadas na Rio-2016 e a redução de repasses das empresas estatais ao esporte, os atletas voltam os olhos para o Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) dos ministérios da Defesa e dos Esportes.

Das 16 medalhas conquistadas pelo Brasil até a manhã deste sábado (20), 13 eram de atletas do PAAR. O programa, que conta com 145 atletas do total de 465 da delegação brasileira, ultrapassou a meta de dez pódios na Rio-2016. No total, 670 atletas são beneficiados pelo auxílio das Forças Armadas.

Ao contrário das empresas estatais, que vão reavaliar seus programas de repasse, Exército, Marinha e Aeronáutica vão manter o orçamento de R$ 18 milhões por ano para o próximo ciclo olímpico. Correios e Petrobras, duas das principais patrocinadoras do esporte olímpico, por exemplo, já anunciaram que vão reavaliar seus programas de patrocínio após o encerramento da Olimpíada. A possibilidade de que os repasses sejam cancelados é grande.

Os Correios investiram R$ 151,5 milhões entre 2012 e 2016 nas confederações de esportes aquáticos, handebol e tênis. Entretanto, registraram prejuízo de R$ 2,1 bilhões no balanço de 2015. No primeiro semestre, já haviam cortado 10% do repasse aos atletas.

Já a petroleira teve prejuízo de R$ 35 bilhões em seu caixa ano passado. O que não deve permitir que repita o repasse de R$ 45 milhões entre 2013 e 2016 às confederações de boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e tae kwon do, além de contratos individuais com 24 atletas. Entre eles, três medalhistas da Rio-2016: o canoísta Isaquias Queirós (duas pratas e um bronze) e os judocas Mayra Aguiar e Rafael Silva (ambos bronze).

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Do total de R$ 18 milhões investidos anualmente pelo PAAR , R$ 15 milhões são para os soldos e planos de saúde dos esportistas e R$ 3 milhões para treinos e competições. Os atletas podem ficar até 8 anos em uma das corporações no posto de sargento, recebendo soldo de aproximadamente R$ 3,2 mil, sem possibilidade de subir de patente, a menos que já seja militar de carreira.

Os beneficiados pelo programa também não precisam treinar nos quartéis,. Eles se apresentam apenas uma vez por ano em sua unidade das Forças Armadas para treino militar, além de participar de competições militares.

“Eu aceitaria participar das Forças Armadas com o maior prazer. Além de o militarismo ter muito a ver com o esporte, no sentido de disciplina, a ajuda financeira é bem-vinda”, afirma o levantador de peso Fernando Reis, que saltou da 12ª colocação em Londres-2012 para a quinta na Rio-2016 na categoria superpesado (acima de 105 kg). Reis não sabe se contará com o patrocínio da Petrobras.

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Protagonismo

Apesar do sucesso na Rio-2016, o PAAR não deixou de ser atingido pela crise. De 2015 para 2016, houve redução de 36% no valor investido pelas Forças Armadas. Entretanto, o planejamento é manter os R$ 18 milhões anuais não só para Olimpíada de Tóquio-2020, mas também para os Jogos Militares de 2019, em Wuhan, na China.

Entretanto, ressalta o diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, almirante Paulo Zuccaro, não é intenção das Forças Armadas se tornarem a principal fonte de investimento do esporte. “Nossa expectativa para 2017 é ao menos manter o patamar orçamentário de 2016 e ir elevando conforme possível. Entendemos que não pode haver descontinuidade na aplicação de recursos, sendo natural adaptações à realidade do país”, afirma o almirante.

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