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Rafael Silva, medalhista de bronze no judô, acredita que vai perder o patrocínio da Petrobras. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Rafael Silva, medalhista de bronze no judô, acredita que vai perder o patrocínio da Petrobras.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Da Olimpíada de Londres-2012 à Rio-2016, o governo federal, através do Ministério do Esporte e de empresas estatais, injetou R$ 2,5 bilhões na preparação de atletas. Maior investimento da história no esporte olímpico brasileiro, mas que, pela crise econômica, deve ficar bem distante de se repetir na preparação dos atletas para os Jogos de Tóquio-2020.

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Correios e Petrobras, duas das principais patrocinadoras do esporte olímpico, por exemplo, já anunciaram que vão reavaliar seus programas de patrocínio após o encerramento da Olimpíada. A possibilidade de cancelamento dos programas é grande.

Os Correios investiram R$ 151,5 milhões entre 2012 e 2016 nas confederações de esportes aquáticos, handebol e tênis. Entretanto, a estatal registrou prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015. No primeiro semestre, já havia cortado 10% do repasse aos atletas.

Já a petroleira teve prejuízo de R$ 35 bilhões em seu caixa ano passado. O que não deve permitir que repita o repasse de R$ 45 milhões entre 2013 e 2016 às confederações de boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e tae kwon do, além de contratos individuais com 24 atletas. Entre eles, três medalhistas da Rio-2016: o canoísta Isaquias Queiroz (duas pratas e um bronze) e os judocas Mayra Aguiar e Rafael Silva (um bronze cada um).

Sozinho, o Bolsa Atleta – maior programa de incentivo ao esporte do governo federal – beneficia 358 competidores, 77% da delegação nacional. O projeto também será revisto.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e as confederações preferem não comentar a dúvida que paira sobre o esporte olímpico após a Rio-2016.

O COB só falará do tema após a Olimpíada. Assim como a confederação de canoagem, modalidade que recebeu R$ 27 milhões do BNDES em 2015. Desse montante, R$ 6 milhões foram aplicados no centro de treinamento de Curitiba, no Boqueirão, onde treina a seleção de caiaque.

Além do banco de desenvolvimento, a canoagem contou com o apoio do COB na contratação do técnico espanhol Jesús Morlán, maior medalhista olímpico da modalidade, com oito medalhas, essencial na preparação de Isaquias Queiroz nas três medalhas no Rio de Janeiro.

Já a confederação de boxe, que na Rio-2016 chegou ao ouro inédito com Robson Conceição, preferiu não falar.

Temor

Os atletas, por sua vez, não escondem o temor. Mesmo tendo conquistado o segundo bronze da carreira, Rafael Silva acredita que não terá mais o patrocínio da Petrobras – ele ainda conta com apoio do Bolsa Atleta, do clube Pinheiros e do Exército, onde é sargento no Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) dos ministérios da Defesa e do Esporte.

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“É sempre ruim perder patrocínio, porque quanto mais a gente tiver, mais tranquilidade a gente tem para treinar”, afirma o judoca. “E o atleta precisa desse dinheiro não só para sua preparação, mas também para poder guardar alguma coisa para quando para de competir não ficar sem nada”, enfatiza Baby, como é conhecido o judoca .

Mesma situação do levantador de peso Fernando Reis, que chegou perto da medalha ao pular da 12.ª colocação em 2012 para a quinta em 2016 e que também não deve mais contar com a Petrobras. “Não sei como vai ser. Minha situação só não fica ruim porque tenho apoio do meu clube, o Pinheiros, que é estável e nunca atrasou os pagamentos”, diz halterofilista.

Já o nadador curitibano Henrique Rodrigues, que, em sua segunda Olimpíada, foi até a semifinal dos 200m medley na Rio-2016, confirma que o momento é de dúvida entre os atletas. “É difícil dizer sobre o futuro porque vemos a crise que o país está passando. Todos esses projetos de lei de incentivo ao esporte provavelmente vão acabar. É realmente aguardar para ver”, afirma o nadador.

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