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| Foto: Albari Rosa/gazeta do povo

Atual bicampeã olímpica, a seleção feminina de vôlei começou em São José dos Pinhais a arrancada para a Rio-2016. Foram duas vitórias sobre a República Dominicana, no Ginásio Max Rosemann, na Região Metropolitana de Curitiba. As brasileiras venceram por 3 sets 0 na sexta-feira (27) , e por 3 a 1 neste domingo (29). Os dois amistosos foram de preparação para o Grand Prix de junho, que servirá para o técnico José Roberto Guimarães definir as 12 jogadoras do atual grupo de 19 que estarão na Olimpíada.

FOTOS da seleção em São José dos Pinhais

Zé Roberto – único brasileiro com três ouros olímpicos, em 1992 com a seleção masculina e 2008 e 2012 com a feminina – lamenta o fato de o caos político ter ofuscado os Jogos. Mas acredita que a Rio-2016 será o primeiro passo para o Brasil virar potência olímpica.

O que vai ser levado em consideração para definir as 12 jogadoras da Rio-2016?

Performance é a primeira coisa. Versatilidade é outra coisa importante, porque precisamos de atletas que façam mais de uma posição, já que podem ocorrer contusões.

Você espera que a Rio-2016 seja uma grande edição dos Jogos Olímpicos?

Confio muito na nossa gente. Vamos receber os atletas e os turistas de uma forma única. O brasileiro é receptivo e solícito. Pela nossa gente, eu acredito que vai ser um show. O Rio é uma das cidades mais lindas do mundo e as instalações estão ficando prontas. Hoje o governo do Rio atravessa um momento difícil, mas acho que com o calor humano que temos, o que está sendo proposto vai ficar bom.

Você costuma elogiar os Jogos de 1992. A estrutura da Rio-2016 pode chegar perto do nível que foi em Barcelona?

Cito Barcelona não só pelas instalações, mas por aquilo que a gente recebeu: o calor humano, a beleza da cidade. Dá para comparar com o Rio, tem muita coisa parecida com Barcelona. E os cariocas estão se preparando. Vamos fazer uma grande Olimpíada, não tenho dúvida.

Esse deveria ser o ano para se falar só dos Jogos. Você não lamenta que o caos político tenha ofuscado isso?

Lamento muito. A gente está vivendo um momento muito difícil. Mas agora temos que pensar no nosso trabalho. Eu estou 24 horas pensando no meu time. Já não estou dormindo de tanto estudar adversários e treinar. A gente tem que se preocupar com o que vai realizar e com a expectativa das pessoas.

Você acredita que uma boa campanha, não só da seleção de vôlei, mas da delegação brasileira na Rio-2016 pode amenizar para a população o caos político?

Não acredito. Isso não vai ser amenizado com medalhas. Lógico que o povo brasileiro pode se sentir um pouco mais feliz, pode desviar um pouco a atenção e comemorar as medalhas, mas o que está acontecendo não vai ser esquecido. Isso servirá de exemplo para gerações futuras no aspecto de conduta, de uma consciência de que o Brasil precisa mudar para virar um grande país.

Qual legado você acredita que vai ficar da Rio-2016?

O maior legado é a oportunidade de ver os maiores atletas do mundo. E isso na cabeça das nossas crianças possibilita a oportunidade de um dia também competir pelo país. Acredito que assim como foi comigo, várias crianças vão se motivar, vão ver naquele instante em que o Usain Bolt estiver competindo o sonho de um dia ser também ser um Usain Bolt. Assim como credito que o Brasil vai ser uma potência olímpica em 20 e poucos anos. E isso vai começar na Rio-2016, porque todos os países que realizaram Jogos cresceram esportivamente.

Qual cenário você vê para o esporte brasileiro após a Rio-2016?

Acho que vamos ter problemas em relação à economia. A gente poderia alavancar muito mais o esporte com a Olimpíada aqui se estivéssemos em situação melhor. Como as coisas estão, não vamos conseguir aproveitar muito, porque os empresários estão com o freio de mão puxado, esperando para ver como a economia vai reagir.

Alguma chance de você ser o condutor da tocha na cerimônia de abertura?

Nenhuma. Eu não gostaria. Para conduzir a tocha tem que ser alguém com representatividade mundial, um ícone, uma unanimidade. Eu gostaria que o Pelé levasse a tocha, porque ele é o grande símbolo do esporte no Brasil.

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