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A semana ficou marcada por dois fatos brutais – um individual e outro coletivo. Ambos alfinetados com extirpa nervos que doeu, imagino, na alma dos torcedores. Senti isso na ação perversa do bando que estraçalhou o sonho daquela menina de 13 anos, que recebeu a camisa de Lucas. Aliás, um craque de bons princípios, cujo "crime" cometido foi o carinho em atender uma jovem torcedora.

Prorrogou-se na Argentina com um adeus às ilusões de uma gente humilde da Província do Chaco, que foi seduzida pelo governador local, na esperança de assistir ao Superclássico das Américas. Resistindo ao clima inóspito da região e ao horário desumano para um jogo noturno, os torcedores pagaram caro (literalmente) por um sonho esperado, único, ao vivo, e que virou pesadelo.

A situação incômoda dos jogadores, as horas de trabalho não materializadas pelos técnicos, o embaraço criado na grade da programação televisiva, nada disso se compara à dor de uma expectativa criada pelo fã. Talvez a maior da vida de cada um deles. Quem foi ao estádio tudo o que pôde fazer foi extravasar a revolta atirando sanduíches e bolinhos para dentro do campo. Voltaram com fome, dormiram de madrugada e acordaram cedo para rotina de trabalho do dia seguinte. Será que o episódio tirou o sono dos cartolas Nicolás Leoz (84 anos e há 27 na Conmebol) e Julio Grondona (81 de idade e 33 na AFA)?

Bem, pelo menos por aqui uma notícia esperançosa. Fiquei sabendo que o assassinato do torcedor Diego Henrique Raab Gonciero, de 16 anos, ocorrido há mais de três meses por um grupo de torcedores rivais, encaminha-se para uma solução final. Os advogados que tratam do caso junto ao MP e a Delegacia de Homicídios, terão novidades em breve com a reinquirição de testemunhas, obtenção de CD com imagens para análise técnica e quebra de sigilo telefônico. Recordando, Diego e outros torcedores do Paraná confraternizavam-se quando uma rajada de 15 tiros foi disparada pela janela de um carro. Uma das balas matou o garoto.

Hoje tem Atlético e América-MG no Ecoestádio, mesmo local onde um jovem atleticano foi atropelado e morto, antes da construção da passarela que foi construída depois da tragédia. Estamos no limite, mas entendo que torcida é uma coisa sagrada no futebol e o brasileiro é o mais alegre e criativo torcedor. O maior exemplo para o mundo foi dado em Sevilha e Barcelona durante a Copa de 1982. Um show magistral nas ruas e estádios espanhóis.

Penso que aqueles que ainda hoje se infiltram com outros propósitos no ambiente sadio de um estádio, além de vândalos, são caretas e ultrapassados. Afinal, a violência dos hooligans explodiu nos anos 80, na trágica final europeia de Liverpool e Juventus, e lá se vão quase trinta anos. Portanto os babacas que ainda proliferam por aqui devem ser ridicularizados e banidos pelos próprios torcedores dos seus clubes, pois as torcidas verdadeiras vão existir sempre.

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