O técnico do Paraná Clube , Rogério Micale, se mostrou surpreso e grato com a postura da diretoria tricolor de manter o seu cargo na Vila Capanema. Porém, sabe que a situação pode mudar eventualmente, pois a defesa do treinador, feita pelo presidente Leonardo Oliveira, “tem prazo de validade”.
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Após a derrota para o Ceará no último domingo e a caída para a lanterna do Brasileirão, o presidente do Paraná veio a público defender Micale e garantir a manutenção dele no comando da equipe. Para o dono da prancheta do Tricolor, a postura é algo raro de se ver no futebol brasileiro.
“Primeiro é gratificante. Porque no futebol brasileiro somos avaliados por resultado e não por performance. Quando vem uma posição dessa do presidente, mostra que tem pessoas pensando no futebol. Não só olhando pro placar”, analisa o comandante.
A permanência é algo raro de se ver no Brasileirão. Na lanterna com 13 pontos, o Tricolor vai mantendo o comandante mesmo com a grande possibilidade de rebaixamento para a Série B. Até agora são quatro triunfos, quatro empates e 10 derrotas paranistas, em 17 jogos no torneio.
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Contando as edições da Série A desde 2006, quando o campeonato passou a ser disputado por 20 times, apenas outros três clubes insistiram com o mesmo treinador após 17 rodadas disputadas - mesmo estando nas três últimas colocações.O primeiro foi Renato Gaúcho, em 2008, trabalhando no Fluminense; já o segundo foi Milton Mendes, no Santa Cruz, em 2016; mesma temporada que o Avaí bancou Claudinei Oliveira.
Micale foi ainda mais contundente ao comentar que seria normal uma demissão quando se perde para o último colocado da tabela, o que não aconteceu no seu caso justamente pelo fato de Oliveira olhar para a performance, segundo ele. No entanto, o comandante sabe que isso não durará muito se não vierem os resultados. “Mas isso tem prazo de validade. Não tem jeito. Sabemos como são as coisas, pressão em cima dele [do presidente], ano de eleição”, avisa Micale.
Se aqueles que querem a saída do treinador esperam que ele possa entregar o cargo, Micale fez questão de frisar que não é do seu perfil pedir demissão, mesmo que fosse “mais fácil abandonar o negócio” se não acreditasse que é possível cumprir o objetivo do Tricolor de permanecer na Série A. O comandante lida bem com a pressão do momento. “Pode acabar o mundo, me xingarem, fazer o que for. Isso eu tô preparado. Enquanto eu achar que podemos reverter a situação, eu estou à frente”, finalizou.
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