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Revelação da categoria de base paranista, o zagueiro Alex Alves foi escolhido para integrar o sistema de cotas | Antônio More/Gazeta do Povo
Revelação da categoria de base paranista, o zagueiro Alex Alves foi escolhido para integrar o sistema de cotas| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Experiência

Relembre outras formas testadas pelo Paraná para contornar os problemas financeiros:

• L.A. Sports

Entre 2005 e 2007, a empresa L.A. Sports ajudou a manter o elenco do clube. Tinha participação nos direitos econômicos de parte dos atletas.

• Fundo de investimento

Um fundo de investimento com dirigentes do clube ajudava a bancar contratações. Começou em 2005 e era chamado de Fundo do Vavá, então diretor de futebol.

• Fatiamento

O clube "fatiou" nos últimos anos os direitos econômicos de atletas com empresários.

• Proteção interna

O conselheiro Renato Trombini, em 2010, comprou porcentuais de atletas para evitar que estes fossem vendidos.

• Base

As categorias de base foram ter­­ceirizadas entre 2008 e 2012.

O Paraná criou um sistema de cotas, fatiando os direitos econômicos de suas principais revelações, para reforçar o combalido caixa do clube – o elenco profissional está com dois meses de salários atrasados.

Quatro jogadores foram selecionados para serem vendidos: o goleiro Luís Carlos, o zagueiro Alex Alves e os meias-atacantes Luisinho e Marquinhos, destaques do time nesta temporada. Cada "parte ideal" dos boleiros custa em torno de R$ 40 mil – por 2% dos direitos federativos. "Pode ser mais ou menos, depende do jogador", diz Celso Bittencourt, o superintendente-geral do Tricolor.

O sistema funciona da seguinte maneira. Foram criadas – e já estão sendo comercializadas – 25 cotas de cada atleta, totalizando 50% dos direitos. A outra metade segue em poder do Paraná. Numa futura negociação, os compradores receberão dividendos de maneira proporcional às cotas que possuírem.

A medida começou a ser estudada há dois meses pela cúpula paranista e estava passando por análises de viabi­lidade jurídica. "A nossa inten­ção é ter ao mesmo tempo retorno financeiro e técnico com esses jogadores. Com isso, não ficaremos reféns de propostas pelos jogadores inferiores ao que eles realmente valem", explica Bittencourt.

O Tricolor, inclusive, já teria sido alvo dessas propostas menores. "O que está acontecendo é de muitos interessados aparecerem, sabendo de nossa condição financeira, com propostas bem menores, quase irrisórias. Com essa negociação das cotas, estaremos a salvo disso. Não teremos também o risco de um só empresário ter a maioria dos direitos do jogador e querer tirá-lo do clube", avisa o dirigente.

A intenção do clube é fazer uma campanha de mar­keting centrada nos jogadores envolvidos na oferta. "Já há um grupo de conselheiros interessados e eles pediram inclusive que déssemos publicidade a isso para que não fiquem sozinhos. Uma campanha de marketing será feita com esses jogadores e acredito que tenhamos como retorno uma valorização deles e do clube como um todo", ressalta Bittencourt.

Uma restrição colocada para a participação na compra de cotas, comparada pelo dirigente como mercado de ações, é para membros da atual gestão do clube. "No passado, aconteceu de dirigentes investirem dinheiro no clube. Não ocorreu nenhuma irregularidade, mas deu margem para críticas e suspeitas. Por isso proibimos os gestores e os seus parentes de participar disso. Nós só gerimos e queremos evitar qualquer suspeita de conflito de interes­ses. No mais, qualquer pessoa, inclusive conselheiros, pode participar", conta.

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