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A paranaense Nicole Müller durante exibição na Olimpíada | Yves Herman/Reuters
A paranaense Nicole Müller durante exibição na Olimpíada| Foto: Yves Herman/Reuters
  • Nicole Müller recebendo o ouro no Pan do Rio

Aposentadoria aos 19 anos. A idéia pode parecer estranha a um trabalhador comum, mas não a um atleta que com essa idade já atingiu seus objetivos. É o caso da ginasta Nicole Müller, única representante paranaense na seleção brasileira de ginástica rítmica desportiva (GRD) e que ensaia para 2009 sua saída da seleção.

Com as três medalhas de ouro conquistadas no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007, na modalidade conjunto, e com a participação nos Jogos Olímpicos de Pequim (a equipe ficou na 12ª – e última – colocação), Nicole planeja deixar massas, cordas, fitas e tablado de lado no próximo ano. Ao menos quando o assunto é seleção brasileira. "Pretendo agora ficar na minha cidade (Toledo), treinar pelo meu clube (Sadia) e me dedicar mais aos estudos, que ficaram de lado nos últimos anos", diz.

Não é a primeira vez que a ginasta planeja encerrar carreira profissional. Pouco antes do processo de escolha da equipe que disputaria o Pan-Americano, ela já havia pensado que talvez fosse a hora de parar. Mas, desta vez, a convicção é maior. "Já consegui realizar meu objetivo de ir para as Olimpíadas. Essa é uma vida de bastante sacrifício. É bonito para quem vê de fora. Não posso dizer com certeza absoluta, mas pretendo encerrar assim mesmo", conta.

Tal vida de sacrifício incluiu ir morar longe da família aos 16 anos, em Vila Velha (ES), para treinar com a seleção brasileira em sessões que chegavam a oito horas de exercícios.

Mais experiente atleta da atual seleção, Nicole pretende continuar competindo pelo seu clube e retomar a faculdade de Ciências Contábeis. Diz acreditar que não teria jeito para atuar, no futuro, como técnica de outras ginastas.

Nicole começou a treinar aos nove anos, e o planejamento de sua aposentadoria contrasta com o início da carreira, atribuído ao acaso. A garota começou a treinar por sugestão da mãe e de uma colega. "Eu nem conhecia o esporte. Minha mãe queria que eu fizesse balé, mas eu não queria, eu era muito moleca. Experimentei a ginástica e acabei adorando", diz. Até os 11 anos, o esporte era apenas uma diversão. Os treinos eram três vezes na semana, com uma hora de duração.

Só em seu primeiro campeonato Brasileiro, em 1999, é que Nicole percebeu que poderia investir na GRD como carreira. E, ao contrário de muitos atletas que sofrem para conseguir patrocínio, ela conta que sempre recebeu algum tipo de apoio financeiro. "Tive muita sorte. Em Toledo, meu clube, a prefeitura e o governo do Estado sempre apoiaram a ginástica rítmica", conta.

O seu retorno à cidade natal reforça a equipe do Oeste do Paraná, que já revelou outros talentos da ginástica rítmica: Ana Paula Scheffer (medalha de bronze no Pan do Rio, na disputa individual com arco) e Angélica Kvieczynski (5º lugar na mesma categoria e na mesma competição. "Nossos resultados vêm crescendo. As meninas de Toledo têm treinado muito", avalia, apostando que a cidade ainda vai revelar muitas atletas para a seleção nacional.

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