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Antônio Massa dentro de um carro da categoria Linea do Racing Festival: competição para ajudar na formação de novos pilotos | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Antônio Massa dentro de um carro da categoria Linea do Racing Festival: competição para ajudar na formação de novos pilotos| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

No mesmo fim de semana em que o piloto Felipe Massa está em Cingapura para a 15.ª etapa do Mundial de Fórmula 1, seu pai, Luiz Antônio Massa, visita Curitiba com o Racing Festival, evento de velocidade que reúne duas categorias de automobilismo (Formula Future e Trofeo Linea) e uma de motovelocidade (600 Hornet).

Sentado ao lado da pista do Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, seu Titô­­nio, como é conhecido, conversou com a reportagem da Gazeta do Povo. O ex-piloto falou sobre o desenvolvimento do novo projeto, sobre a oportunidade para novos pilotos e, claro, sobre temporada de seu filho na F-1.

Como surgiu a ideia de criar o Racing Festival?

Conversando com o Felipe e com o Carlinhos Romagnolli, que é parceiro nosso. Primeiro começamos com a Corrida das Estrelas, um evento de kart que está indo para o sexto ano. Em função disso, amadurecemos a ideia. O Felipe queria algo que pudesse ajudar na formação de novos pilotos. Nada para compe­­tir com o que já existe, mas para pegar o espaço que ficou vazio no Brasil, que é a categoria de ba­­se. Então a gente pensou: vamos procurar um chassi mo­­derno, com tecnologia atual, e vamos oferecer para a Fiat ser parceira e cuidar da parte mecânica, já que o Fe­­lipe é o padrinho e idealizador.

E com a motivação de um prêmio muito bom...

Nunca existiu um prêmio igual a esse no Brasil. Pela primeira vez, garotos que tiverem talento e forem determinados podem chegar à F-1 através de uma porta só. O vencedor vai passar pela academia de pilotos que a Ferrari criou nesse ano. Lá tem vários pilotos, de várias categorias. Isso vai mudar ano a ano. O Felipe conseguiu que dessem abertura para que o campeão da "Fórmula Futuro", vamos dizer assim, entrasse direto, sem passar por peneira. Além disso, vamos pa­­gar para esse piloto uma temporada na Fórmula Abarth, na Itália, que tem um carro um pouco mais forte que o nosso e também usa motores Fiat.

E as outras categorias?

Não dá pra fazer evento só com fórmula. Já que estamos com a Fiat, pedimos para eles desenvolverem uma ideia de turismo. O carro é praticamente o de rua, original, com algumas modificações. Eles toparam e fizeram algo muito agradável de se guiar, haja vista que muitos pilotos "top", que também andam com carros mais fortes, vieram correr. E junto com a experiência do Carlinhos com motos, resolvemos juntar a paixão do público do automobilismo com o da motovelocidade. Era um filão que estava vazio, oferecemos para a Honda e eles aceitaram na hora.

É um projeto de longo prazo?

Sem dúvida. Conversamos por dois anos antes de colocarmos em prática. Não é algo para co­­meçar e parar em seguida. To­­dos os nossos patrocinadores têm contrato de mais de um ano.

Assim como seu filho, você também foi piloto. Como é ser um organizador de provas agora?

É diferente. Estou do outro lado agora, mas sou apaixonado por automobilismo e só o fato de estar no meio, como promotor, me deixa bastante feliz. Vou lutar com afinco para ver o Ra­­cing Festival crescer.Nesse fim de semana o Felipe corre em Cingapura [na Fór­­mula 1].

O que você pode dizer da temporada dele até aqui?

Não é novidade que ele teve um pouco de dificuldade com os pneus do carro. O apaixonado por automobilismo pode não acreditar, mas isso é muito complicado. Não só o Felipe, mas o Schumacher, o Button também tem [problemas]. O estilo de dirigir muda. Não são os quatro pneus, só os dois dianteiros. Quando eles aquecem, os traseiros já foram. Já passou da volta boa deles.

E a competição com o Fernando Alonso?

Antes de começar, o Felipe já sa­­bia quem era o Alonso, de sua capacidade como piloto. Em um nível de F-1, jamais você vai ter um companheiro de equipe ruim. Em um ano você pode ir pior do que ele, no outro melhor. Depende das mudanças no carro. Ano que vem muda tudo, aerodinâmica, pneus. Quem sabe o Felipe não vai ser melhor do que o Alonso? A Ferrari está muito tranquila, consciente do problema, e da capacidade do Felipe.

E as especulações que surgiram nos últimos dias que o Fe­­lipe iria deixar a Ferrari. Co­­mo lidar com elas?

É uma bobagem muito grande. Até mandei uma mensagem para o Felipe brincando: "Pô, vo­­cê vai para a Sauber e nem me falou? Que desrespeito com teu pai. Por que você vai voltar para lá?". Ele respondeu: "É que es­­tou morrendo de saudades do Peter Sauber". Quer di­­zer... Pou­­quís­­simo tempo atrás a renovação de contrato por dois anos foi divulgada no site oficial da Fer­­rari. Não tem o mínimo sentido isso. São es­­peculações de uma imprensa que, quando não tem notícia, inventa. Cansei de ver isso. E a primeira vez isso partiu da im­­prensa espanhola, que tem in­­teresse. Acha que o Ku­­bica é gran­­de amigo do Alon­­so porque jogam pôquer juntos. Não tem nada a ver.

O GP de Cingapura está marca­­do na carreira do Felipe. Você lembra o que aconteceu na última vez que ele correu lá?

Em 2008 o Felipe arrebentou na classificação. Foi seis décimos mais rápido do que o Kimi [Rai­­kon­nen], que foi o segundo no grid. Aí teve aquele incidente nos boxes [a mangueira de abastecimento ficou presa e o brasileiro perdeu segundos importantes]. Depois a gente até veio a saber que aquela pa­­rada só aconteceu por causa daquela história do Nelsinho [Piquet, que bateu de propósito para beneficiar o com­­panheiro, o espanhol Fer­­nando Alonso]. Foi uma parada tensa, box es­­trei­­to. Se aquilo não tivesse acon­­tecido, não tenho dúvidas de que ele teria ganhado a corrida.Ainda dá para sonhar com título?Matematicamente ainda há chance. Mas ele tem de ser perfeito e os outros imperfeitos. Não depende só dele.

Serviço:

Racing Festival, no Autódromo Internacional de Curitiba. Hoje: provas da Fórmula Future: 9h30 e 13h15. Trofeu Linea: 10h20 e 14h25. 600 Hornet (motovelocidade): 11h20 e 15h30. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente nas revendas Fiat, nas concessionárias Honda e nos postos Shell.

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