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Plano B

Projeto coxa segue na mesma

O projeto do novo estádio do Coritiba, que seria um plano emergencial para a Copa 2014, ainda não saiu do lugar. "Quem nos procurou deixou o assunto em stand by. Dependemos sempre do interesse do investidor, que não retornou a carta-resposta. Acho que o investidor perdeu o interesse", considera o vice-presidente coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade. No entanto, o dirigente se mostra favorável a um projeto alternativo, enquanto o clube não consolida o seu próprio. "Se viabilizar, o Coritiba participará, como qualquer clube. Mas não temos o menor interesse em estádio para a Copa, nem temos condições."

Mesmo assim, o Coritiba poderá participar diretamente da solução para a Arena ser o estádio de Curitiba na Copa-2014. Isso porque uma das queixas do Rubro-Negro é ter de ficar dois anos sem poder atuar em seu estádio por causa das obras.

Uma costura política pode ser feita, por intermédio do governo do estado, para que o Coxa abrigue o Atlético no Couto Pereira durante a reforma. Depois, com papéis do potencial cons­­­­­trutivo em mãos, o próprio Coxa poderia precisar da Arena se viabilizar sua nova casa.

Ontem, vereadores de Porto Alegre votaram um projeto de isenção de impostos para que a dupla Grenal renove suas praças esportivas, o que pode ser repetido aqui. Enquanto isso, outra proposta que pode ser usada na Arena é a de concessão de nome à Copel. Os deputados estaduais ainda decidirão sobre essa possibilidade.

A companhia de energia anunciou que dia 25 passará a atuar em caráter experimental nos ramos de telefonia fixa e internet em Santo Antônio da Platina, Norte Pioneiro. O que justificaria ainda mais a necessidade de investimento em marketing.

O governador Orlando Pessuti disse ontem, em Cascavel, que o governo do Paraná não vai investir dinheiro público para adequar a Arena para a Copa-2014. Mesmo assim, ele ga­­rante que será encontrada uma saída nos próximos dias para que o cômite gestor da Copa em Curitiba apresente a proposta de viabilidade financeira da candidatura. "Nós assumimos com o Atlético o compromisso de ajudá-lo a resolver o problema. Aju­­dar não significa colocar di­­nheiro público e nós não temos como fazer isso na obra de um estádio que é particular. Vamos sentar com o Atlético e encontrar uma solução", afirma.

Mesmo admitindo o risco de Curitiba ficar sem a Copa caso as exigências não sejam cumpridas, o governador diz que o governo não ficará com o ônus da exclusão da Arena, se, a exemplo do Morumbi, isso ocorrer, e, consequentemente, perder os recursos federais do PAC da Copa.

"Aqui­­lo que assumimos vamos cumprir. Já estamos contratando as obras. E com PAC ou sem PAC, com Copa ou sem Copa, nós va­­mos dar um jeito de fazer", diz.

Pessuti diz que o governo está cobrando do Atlético as responsabilidades assumidas para adequar o estádio, mas disse que não pode ser virulento com o clube. "Sabemos que o Atlético assumiu os compromissos em cima de um caderno de encargos que foi apresentado à época, depois a Fifa alterou esse caderno e isso encareceu a obra em 80, 90, 100 milhões de reais", argumenta.

Potencial construtivo

Já o comitê organizador de Curitiba ainda vai tentar convencer a diretoria atleticana de que a proposta da prefeitura de troca de potencial construtivo (permuta em que quem investir no estádio receberá aval para construir acima dos padrões urbanos estabelecidos em uma determinada área da cidade) é a melhor solução para a Arena.

A principal ressalva atleticana é o possível deságio que os papéis possam ter no mercado, já que Coritiba e Paraná também se beneficiariam. "A dúvida é a liquidez. De maneira justa e coerente, eles serão beneficiados, mas isso vai nos deixar com ônus se não vender, com muitos papéis no mercado", diz o vice-financeiro do Atlético, Ênio Fornea.

Parte da preocupação atleticana poderá ser aplacada com a influência do poder público no BNDES, principal financiador das obras de infraestrutura da Copa. "Estamos vendo [com o BNDES] se esse financiamento pode ser garantido pelos papéis de potencial construtivo, aliviando o comprometimento do patrimônio", diz Luiz de Car­­valho, gestor do comitê nomeado pela prefeitura.

Carvalho admitiu pela primeira vez que se não houver acordo até 15 de julho, Curitiba pode realmente perder o Mun­­dial – e, por consequência, os R$ 4 bilhões do PAC da Copa. Por isso o gestor insiste no diálogo com o clube.

"A conta que o Atlético fez é um absurdo. A consultoria [solicitada pelo clube] não falou em investimento, só em perdas. Não sei se já avaliaram o que representaria a Arena concluída para o clube. E a proposta é gradativa [soltando os papéis anualmente no mercado], para que não haja deságio", explica.

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