• Carregando...

Tibagi – Acostumada a enfrentar obstáculos de corredeiras e de pedras pelo caminho, a equipe permanente de canoagem slalom também sofre os efeitos de outros dois empecilhos da natureza. Primeiro foi a estiagem que fez minguar a pista artificial especialmente construída para os atletas da seleção brasileira, em Foz de Iguaçu. E desde o início de novembro os treinos no Canal das Águas Bravas foram interrompidos porque o local é corredor de peixes em período de piracema. Essa última adversidade, já prevista, fez a equipe permanente se dividir em três: parte seguiu para Piraju (SP) e Três Coroas (RS) e outros preferiram treinar nas corredeiras do rio Tibagi, a 214 quilômetros de Curitiba.

Outras barreiras que os remadores precisam enfrentar são do mundo dos negócios. A expectativa de conseguir um patrocínio que não se concretizou deixou os atletas sem auxílio de custos a partir de agosto. A equipe sabia, desde o início do ano, que as bolsas podiam ser interrompidas. A confirmação da dificuldade financeira já afastou do esporte pelos menos dois dos sete atletas que decidiram treinar em Tibagi.

"Eles disseram que precisam trabalhar", conta o técnico Alain Jourdant. O esporte ainda sofre o impacto econômico de não estar incluído nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Por ora, os atletas estão ajudando a pagar o salário do técnico, que hoje tem uma operadora de turismo em Tibagi como principal fonte de renda.

"Não dá para colocar a culpa em ninguém porque choveu e tem piracema", aponta João Victor Machado, segundo colocado da categoria caiaque sênior no Campeonato Brasileiro. Os esforços agora são concentrados para o Campeonato Mundial, que será em setembro, em Foz, e para o Pan-Americano de Slalom, marcado para 2008, nos Estados Unidos, que são as duas seletivas para a Olimpíada de Pequim.

A convocação para a seleção sai em janeiro. Em fevereiro, com o fim da piracema, o Canal das Águas Bravas pode voltar a ser utilizado. O investimento para a execução da única pista artificial da América Latina – obra que credenciou a cidade para receber competições internacionais – e a organização de um centro de treinamento, com toda a infra-estrutura, partiram de uma parceria entre a Usina de Itaipu, a prefeitura de Foz do Iguaçu e a Confederação Brasileira de Canoagem. A meta é manter o status de melhor equipe das Américas, conquistado durante o Campeonato Mundial, realizado em agosto na República Tcheca. Os países europeus são maioria entre os competidores, com França e Eslováquia como os favoritos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]