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Teliana Pereira recolocou o Brasil no circuito dos Grand Slams | Reuters
Teliana Pereira recolocou o Brasil no circuito dos Grand Slams| Foto: Reuters

A pernambucana radicada no Paraná Teliana Pereira botou novamente o tênis feminino do Brasil no circuito dos Grand Slams. Após 21 anos, o país volta a ter uma tenista em dos principais torneios do mundo, o Aberto da Austrália, em janeiro do ano que vem. A vaga veio com a 97ª colocação no ranking da WTA (Associação das Tenistas Profissionais).

A preparação do torneio será em Curitiba. Teliana decidiu não fazer grandes alterações em seu treinamento. Tudo para manter os pés no chão e não sofrer a pressão de ser o principal nome do tênis feminino brasileiro – a única entre as cem melhores do mundo. Ela conversou com a reportagem da Gazeta do Povo sobre os preparativos para a próxima temporada.

Você ficou aguardando a atualização do ranking da WTA da última segunda-feira para saber se disputaria seu primeiro Grand Slam ou preferiu manter a rotina?

Na verdade, me pegou de surpresa. Eu esperava que a última atualização do ranking fosse semana que vem. Estou bastante feliz com mais esse presente. Nas últimas semanas foi difícil tirar da cabeça a ideia de que poderia garantir minha primeira disputa em Grand Slam, mas procurei não ficar pensando nisso. Fiquei duas vezes no "quase" em 2013, então, desta vez, decidi ficar focada nesta quarta semana da dos meus treinamentos de pré-temporada.

Que "quase" foram esses?

Foram as duas vezes em que fiquei muito perto de me classificar para um Grand Slam e senti a pressão. A primeira, foi em Roland Garros. Caí na última fase do qualifying e aí precisava de uma desistência nas chaves principais para entrar como lucky loser [o melhor dos desclassificados, que assume o lugar quando alguém da chave desiste]. Nos últimos dez anos, o lucky loser entrou. Este ano, não. E depois, foi no US Open. Fiquei um passo fora da competição, precisava de uma desistência e a Sharapova saiu do torneio um dia depois do prazo. Agora, vou tranquila, pelos meus méritos.

Você sai de um patamar em que competia torneios menores, de nível técnico mais baixo, para outro em que pode enfrentar atletas como tenistas de ponta, como Serena Williams. Como fazer essa transição técnica?

Não tem segredo. Cada dia tenho de seguir treinando mais duro. O nível que vou jogar é cada dia mais alto. Preciso melhorar todos os golpes, melhorar fisicamente. Jogando torneios, isso acontece. O mais importante é estar entre as melhores e nunca perder o pé no chão, a tranquilidade e saber que, se um dia eu perder, tenho de seguir trabalhando para me recuperar.

Este ano, você quebrou tabus de mais de duas décadas sem brasileiras no top cem e fora dos Grand Slams. Considera ser hoje a melhor tenista do Brasil no circuito internacional um peso? Isso pode atrapalhar?

Falar que não carrego esse peso, é mentira. Mas tento lidar da melhor maneira possível. Tento manter a tranquilidade, o foco no tênis, não ler tudo o que está saindo na mídia para não aumentar a pressão. Da mesma maneira que quando estou indo bem, saem coisas boas, quando eu for mal, vão sair críticas. Tenho de representar as pessoas que me apoiam, continuo a vida normalmente, fazendo meu trabalho. Essa é minha única preocupação.

O que mudou depois dessa boa temporada em 2013?

Quase nada. Mantive a mesma equipe, na qual confio muito. Tenho patrocínio dos Correios, Bolsa Atleta. A mais, consegui o apoio de uma empresa que vai divulgar meu trabalho. Vou começar a temporada disputando os mesmos torneios preparatórios que fiz no ano passado [Brisbane e Hobart], antes do Aberto da Austrália. Devo disputar mais torneios da WTA que este ano, mas ainda competir bastante os ITFs.

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