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Esgrimista Alexandre Camargo treina em Curitiba: caso dele é exceção. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Esgrimista Alexandre Camargo treina em Curitiba: caso dele é exceção.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

O Brasil parte para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, com delegação de 600 atletas, recorde para competição no exterior. Destes, 38 são paranaenses (6,1%), mesmo número da edição passada, em Guadalajara, no México.

O número de nascidos no Paraná que estarão em ação de 10 a 26 deste mês, entretanto, não reflete o momento do esporte no estado. Dos 38, somente 16 têm como base de preparação a federação em que nasceram.

Retrato de um estado que praticamente não possui equipes de ponta em esportes coletivos, exceto pelo Foz Cataratas, do futebol feminino. Assim, quase todos os convocados para as modalidades de conjunto vivem longe de casa.

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Caso de Rafael, do vôlei masculino, que joga no Sesi, de São Paulo. Amanda, Célia e Henrique, do handebol, também defendem times de fora. O mesmo vale para Thaisa, do futebol feminino, jogadora do Tyresö FF, da Suécia. De esporte coletivo, treinam em Curitiba Haline e Gustavo, do rúgbi.

Quanto aos esportes individuais, o cenário é semelhante. Ciclista de estrada, Ana Paula Polegatch é de Guarapuava, mas abandonou a cidade para buscar apoio e condições de preparação em São Paulo.

“Atualmente, eu me divido entre Santos, onde moro, São Paulo e Taubaté. Não é nem tanto pela estrutura, mas são lugares onde têm competições melhores, importantes para o treinamento. Gasto mais por não estar em casa, mas tenho menos desgaste”, comenta a atleta de 26 anos.

Ana Paula reclama que teve suporte somente no início da carreira: “Quando eu comecei tinha um suporte da prefeitura de Guarapuava, mas foi só entre 2005 e 2007. São Paulo dá mais apoio. Hoje tenho ajuda da Caixa Econômica Federal, patrocínio da Memorial [empresa] e prefeitura de Santos, entre outros”.

Em seu segundo Pan-Americano, a paranaense espera conquistar uma medalha. “No Pan de Guadalajara (2011) eu estava muito nervosa, cometi alguns erros. Agora, mais experiente, sei que tenho chance de ir ao pódio. É a minha expectativa”, diz.

O Paraná terá quatro esgrimistas em Toronto. Só Alexandre Camargo tem base no estado, em Curitiba. Os outros três estão espalhados pelo mundo: Amanda, na França, Giulia, na Hungria, e Athos, na Itália.

“A vantagem de treinar fora é pelos confrontos, a qualidade do treino. Aqui não tenho muitos oponentes, preciso compensar com vídeos, buscar outras experiências”, declara Alexandre Camargo, de 16 anos.

O esgrimista treina na academia Mestre Kato, no bairro Água Verde. “Tem uma ótima estrutura, esse não é o problema”, diz o curitibano, que possui ainda o apoio da prefeitura de Curitiba, com uma ajuda de custo, e participa do projeto Top 2016, do governo do estado.

O destino da revelação do esporte brasileiro, no entanto, é mesmo o exterior. “Por ser menor de idade, tem a questão dos estudos etc. Mas acredito que no futuro vou precisar sair do país para buscar uma evolução”, comenta.

De olho na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, Alexandre quer buscar uma medalha no Pan-Americano. “Vou participar da disputa por equipe, e acredito que temos chances de subir ao pódio”.

Outro exemplo de paranaense que se prepara onde nasceu é Angélica Kvieczynsk, da ginástica rítmica. Graças a um projeto encampado há 25 anos pela técnica da modalidade, Anita Klemann, que transformou Toledo, onde a atleta nasceu, em polo de desenvolvimento.

“A estrutura é ótima. E é fundamental estar perto de casa, descansar em casa, com a minha família, meu gato. Nunca me senti confortável trainando fora”, avalia Angélica, 23 anos. Estrutura que é mantida pela Sadia em parceria com o Sesi e a prefeitura da cidade.

A reportagem tentou entrar em contato com Douglas Fabrício, secretário estadual de Esporte e Turismo, que não pôde responder, de acordo com sua assessoria de imprensa.

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