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No Brasil, a negociação dos “naming rights” – direito de dar nome a arenas esportivas-, ainda é algo pouco palpável. Já na liga profissional de futebol americano, um estádio que não seja batizado com um nome de empresa é quase uma aberração.

Na NFL, dos 31 estádios homologados para jogos, apenas cinco não lucram com nomes patrocinados, realidade semelhante à registrada em ligas de outros esportes, como basquete e beisebol.

O estádio que vai receber a final do campeonato nacional, o Super Bowl, no próximo domingo (7) é um exemplo. Localizado em Santa Clara, na Califórnia, é a casa do tradicional San Francisco 49ers, mas carrega o nome de uma marca de vestuário: Levi’s Stadium.

Dos clubes da Série A brasileira com estádios próprios, apenas o Palmeiras recebe algo pelo permissão de batismo de seu estádio, por meio da atual proprietária de sua arena, a WTorre.

O contrato com a seguradora Allianz prevê pagamento de R$ 300 milhões em um contrato de 20 anos (média anual de R$ 15 milhões). Deste montante, por força de contrato, o Palmeiras só vai receber 37,5 milhões.

A cervejaria Petrópolis patrocina a Arena Pernambuco e a Fonte Nova, na Bahia, estádios públicos, com a marca Itaipava. Paga aos dois estádios R$ 100 milhões por contratos de 10 anos.

Na NFL, até o Jacksonville Jaguars, time menos popular entre os 32 participantes da NFL, segundo a tradicional pesquisa do instituto norte-americano Harris Interactive, conseguiu fazer negócio.

O banco EverBank renovou, em 2014, por US$ 43,3 milhões (cerca de R$ 173 milhões, R$ 17,3 milhões por ano), o contrato de dez anos para dar nome ao estádio onde o time exerce seus mandos de jogo, no Estado norte-americano da Florida.

Naming Rights

Maior contrato entre os times da NFL, a seguradora MetLife paga aos dois times de Nova York, Giants e Jets, US$ 400 milhões (R$ 1,6 bilhão) para dar nome a arena co-administrada pela dupla em um contrato de 20 anos.

A disparidade de valores pode ser explicada pelo tamanho das duas economias no cenário mundial. Mas o fato de haver tão poucos acordos de “naming rights” no Brasil é consequência de outros fatores.

Por aqui, o Corinthians, clube mais popular do Brasil dentre aqueles que possuem estádio, tenta há dois anos negociar, sem sucesso, os “naming rights” de sua arena.

“É apenas uma amostra da falta de profissionalização do esporte e da falta de consciência no Brasil do tamanho do PIB que o esporte pode gerar”, avalia Clarisse Setyon, professora do MBA de gestão de esporte da ESPM.

O diretor executivo da Allianz no Brasil, Felipe Gomes, vai além:

“Essa situação não vai mudar enquanto os estádios aqui se prestarem apenas aos jogos de futebol e não se transformarem em locais multiuso”, afirma.

“Jamais teríamos o mesmo sucesso que temos com equipamentos defasados como o Morumbi e o Pacaembu”, completa.

Para o executivo, mais empresas vão se interessar em batizar as arenas quando todos os estádios oferecerem outro tipo de opções de exposição da marca.

“Um estádio recebe cerca de 35 jogos por ano. Mas no Allianz Parque há shows, convenções de venda, eventos de música eletrônica, viedeogame, encontros corporativos, como acontece nos estádios dos EUA. Isso é o que seduz as empresas. Eu não falo só com palmeirenses, falo com todo tipo de público”, avalia.

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