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  • O buraco por onde as crianças passaram para entrar na pista.
  • Morador garante que invasão é habitual
  • Espaço sem muro no Autódromo Internacional de Curitiba
  • O muro que está de pé também não representa segurança contra invasores
  • Mato alto é o maior problema
  • Crianças jogam futebol na Vila Autódromo a poucos metros da pista
  • Cães, que indiram treino da Stock, vivem soltos na região

Invadir o Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) – como um grupo de crianças fez durante a prova da Stock Car no último domingo (2) – é mais fácil e comum do que deveria.

Homologado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), status que só Interlagos também tem no Brasil, o circuito apresenta brechas nos muros que cercam o terreno. Parte da cerca que faz divisa com a comunidade Vila Autódromo simplesmente não está de pé, conforme constatou a Gazeta do Povo na terça-feira (4), dois dias depois da corrida.

A facilidade torna-se um atrativo para os garotos da região. Assim que uma pipa cai no local após uma batalha de cerol, por exemplo, o caminho para o ‘resgate’ é relativamente simples. Primeiro, é preciso atravessar o poluído rio Atuba, cujo nível atualmente não passa do joelho. Depois, é só escalar a margem, que tem o mato alto como principal dificuldade, mas muito longe de ser um impeditivo. Cena corriqueira, segundo vizinhos do AIC.

Eu não vi a corrida na televisão, mas é bem viável mesmo. A cerca está estourada, quase que diariamente tem crianças passando para lá, correndo atrás das raias.

Clarel Luiz Jungles aposentado de vizinho autódromo.

“A garotada está direto na pista. O pessoal tinha que cuidar mais, colocar seguranças quando tem corrida”, pede o garçom Gilmar Alves Pereira, 29, que diz conhecer um dos meninos que entraram na pista e garante que o motivo da invasão na prova de domingo realmente foi uma pipa perdida.

Clarel Jungles, que mora na Vila Autódromo, vê invasões quase que diariamente no localFelipe Rosa

A administração do autódromo reconhece as falhas, mas não dá previsão para reparar o cercado. A palavra oficial é de que, pela extensão do terreno, é praticamente impossível evitar os visitantes indesejados. “É de conhecimento da organização dos eventos a necessidade de colocar seguranças em alguns pontos da pista, não tem outro jeito. Nós não conseguimos vencer de fazer cerca, muro. As crianças dão um jeito de passar. Não é falta de interesse”.

A Vicar, empresa promotora da Stock Car, segue a mesma linha. “O autódromo possui uma área muito grande e por mais que coloquemos seguranças e câmeras de vigilância, não é possível cobrir a área toda”, comentou, por e-mail, o diretor-geral Maurício Slaviero. Ele informou que irá conversar com os responsáveis pelo autódromo para que a situação não se repetir. A categoria retorna a Curitiba para a terceira etapa em 2015 no próximo dia 18 de outubro.

Com o nível baixo, Rio Atuba não fica difícil de atravessarFelipe Rosa/Tribuna do Paraná

Apesar do alto risco – uma criança chegou atravessar a pista no domingo enquanto a segunda bateria estava em curso – a Comissão Nacional de Autódromos (CNA), órgão da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), não multou o autódromo.

“Eles já levaram a punição saindo queimados na mídia, nos jornais. Se tem cerca derrubada, é um problemas que eles [autódromo e promotor] têm de resolver”, afirma Jhonny Bonilla, presidente da CNA.

O dirigente garante que antes do início da temporada, em janeiro, a CBA fez a vistoria habitual do AIC. Nessa visita foram verificados pista, área de escape, muros, telas de proteção para o público, entre outros itens.

Nenhum problema foi detectado na ocasião e a brecha na altura da Reta Oposta da pista não foi percebida. “Não podemos prever que alguém vai pular e invadir”, comenta.

“Para nós da CBA, Curitiba é um exemplo de cuidado. Eles gastam muito dinheiro para manter tudo em bom estado, pintado, com um visual legal. O que aconteceu é uma lástima”, completa Bonilla.

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