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Há quatro anos, um anúncio publicado nos classificados da Gazeta do Povo chamou a atenção da dona de casa Roseli Vaz. "Procura-se crocheteiras para o desenvolvimento de um novo produto." A curiosidade e a intenção de reforçar o orçamento a colocaram na fase embrionária do projeto do footsack.

"Quando li, jamais imaginei que tivesse alguma relação com um esporte", conta a atual secretária geral da Associação Brasileira de Footsack (Abrafoots, que dará lugar à Confederação Brasileira, CBFoots).

"No começo, eu era uma perna de pau. Demorava um monte para terminar uma bolinha", admite Roseli, que ajudou a aprimorar o produto e virou uma expert, fazendo 22 peças em um único dia.

Hoje, ela deixa a agulha de lado para comandar o exército da Associação das Crocheteiras de Curitiba (ACDC). "São 168, a maioria dona de casa, e tenho uma lista de espera de 220 mulheres", revela.

Cada integrante recebe um kit com material para a produção de 90 bolas, que corresponde a R$ 108 (R$ 1,20 a unidade). No comércio, os footsacks são encontradas por cerca de R$ 15.

"Na minha casa, pegamos dois kits por semana e seis pessoas trabalham: eu, minha mãe, minhas irmãs gêmeas de dez anos e até meus dois irmão de 11 e 7 anos. Os pequenos adoram, é como uma brincadeira, e a cada bola nós damos o dinheirinho certo para eles, que também fazem umas bolinhas para brincar", conta Mayara Carneiro Leão, de 18 anos, empolgada com a renda de R$ 800 por mês conquistada pela família.

"Vai perder"

Coloridas ou nos tons dos clubes, as bolinhas levam em média 30 minutos para serem confeccionadas pelas mãos mais habilidosas. "Quando pego uma do Coritiba, faço cada ponto pensando: vai perder, vai perder", brinca a atleticana Izabel Maia, que vê as fãs do Alviverde fazerem o mesmo ao trançarem as linhas vermelhas e pretas.

Além de estar espalhadas por vários locais do país, o trabalho das crocheteiras garantiu um estoque de 30 mil footsacks. "Nunca pensei que a idéia chegaria tão longe", admite a dona de casa Gisela Batista, de 56 anos.

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