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A 13.ª edição do Rally dos Sertões começa hoje com muitas novidades. Além da rotineira emoção, com 89 carros, 92 motos e 15 caminhões, percorrendo 4.500 quilômetros pelo interior do Brasil, a partir deste ano o evento passa a ser uma etapa do circuito mundial nas motos. Outra inovação é quanto ao trajeto, que agora não passa mais pelo Nordeste do país. Os pilotos largam e chegam a Goiânia, fazendo o formato de um laço.

Por mais que o nome do rali seja "dos sertões", a caatinga não está mais no roteiro. Pelos quatro estados (Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins) e mais o Distrito Federal, a vegetação mais freqüente será a do cerrado.

A alteração foi tomada visando à redução nos custos para as equipes e para a organização. Especialmente no desgastante retorno do fim da competição até o Sudeste e o Sul – de onde é a maioria dos times. Em 2004, a volta pós prova chegou a ter 4.000 quilômetros.

"Essa mudança no roteiro provocou 30% de redução de custos. Na verdade, acho que o cerrado também é um sertão. A idéia é de uma região inóspita. Como a densidade demográfica é bem menor do que no Nordeste, o nível de segurança da prova aumentou", garantiu Marcos Ermírio de Moraes, organizador do Sertões.

A teoria é reforçada pelos pilotos. A saída da competição do escaldante sertão nordestino (nos três últimos anos a chegada foi no Maranhão ou no Ceará), desperta a expectativa por um trajeto mais difícil, praticamente desconhecido e até mais emocionante.

"É uma tranqüilidade a mais saber que você vai passar por um lugar onde não tem ninguém. No deserto do Jalapão (região praticamente desabitada do estado de Tocantins), é mais fácil cruzar com um cavalo do que com um carro de um morador ou uma pessoa. É uma característica de maratona que faz o rali melhorar na sua concepção", disse o piloto paranaense Maurício Neves.

A organização da prova assegura que não haverá prejuízo técnico pela troca no roteiro. Na visão da Dunas Race, que pela décima organiza o Sertões, o nível da disputa vai até aumentar.

"Serão dias mais longos em cada etapa, com mais provas cronometradas de velocidade. Tecnicamente o novo trajeto é muito bom e, o fato de ser desconhecido de todos, só aumenta o grau de dificuldade", afirmou Moraes.

Nas três principais categorias do rali – carros, motos e caminhões –, o aumento do grau de dificuldade já é esperado. Principalmente entre as motocicletas. O ano de 2005 marca a entrada do Sertões no circuito Mundial de rali cross country.

"Alguns anos atrás não estávamos preparados para essa internacionalização. Mas agora já temos estrutura suficiente para receber pilotos de outros países", disse Moraes.

Um das principais atraçõe, entre os pilotos de moto é o espanhol Marc Coma. Aos 28 anos, ele é vice-líder do circuito mundial e atual vice-campeão do Rally Dacar. O europeu aparece como principal concorrente do brasileiro Jean Azevedo, que luta pelo penta no Sertões.

"Usarei uma evolução da moto do Dacar 2005, que está sendo melhorada e testada para a próxima edição deste rali. Eu e minha equipe estamos nos esforçando muito para vencer o Dacar 2006. Acho que o Sertões será tão difícil quanto o Dacar", afirma Coma.

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