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Ligação de José Maria Marín, novo presidente da CBF, com Marco Polo Del Nero, da Federação Paulista, incomoda os rebeldes | Ricardo Moraes/ Reuters
Ligação de José Maria Marín, novo presidente da CBF, com Marco Polo Del Nero, da Federação Paulista, incomoda os rebeldes| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Ronaldo ganha poder no COL

A participação de Ronaldo Nazário nas decisões do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 vem crescendo a cada dia. Membro do Conselho de Admi­­nistração da entidade, o ex-atleta, hoje empresário, tem sido mais incisivo nas reuniões e defendido seus pontos de vista, mesmo diante da Fifa. Ontem, em nota divulgada pelo site da entidade, Ro­­nal­­do lamentou a renúncia de Ricar­­do Teixeira. "Mas temos que respeitar a decisão dele de cuidar da saúde e da família."

Governo x Fifa

O governo, embora tenha aceito as desculpas da Fi­­fa por conta de declarações áci­­das do secretário-geral da en­­tidade, Jérôme Valcke, não deu por resolvidas as divergências. Nesta sexta-feira a presidente Dil­­ma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter vão se reunir para acertar as arestas em torno da Copa.

Os dirigentes de pelo menos seis federações estaduais, os "rebeldes", vão pressionar o novo presidente da CBF, José Maria Marín, para a convocação de uma eleição. Os cartolas alegam que elegeram Ricardo Teixeira e deram a ele, não a Marín, o direito de continuar à frente da entidade até abril de 2015. A clara influência que o man­­­datário da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero, tem exercido sobre os primeiros passos de Marín na confederação só fez au­­­men­­tar o descontentamento dos colegas.

"Queremos a convocação de uma eleição", disse o presidente da Federação Baiana, Ednaldo Ro­­drigues. Um dos principais argumentos é que, em 2005, quando as 27 federações permitiram a extensão do mandato de Teixeira até a primeira assembleia-geral ordinária após a Copa de 2014, a medida cumpria uma exigência da Fifa. A entidade queria que o responsável por trazer a competição ao país continuasse no comando até o fim dos jogos.

"Se alguém perguntar ao Marín como foi que o Ricardo Teixeira trouxe a Copa ao Brasil, as estratégias que usou, ele não saberá responder porque não acompanhou o processo", disse Rodrigues. O grupo que defende a eleição tinha antes sete integrantes – por isso foi chamado de G7 pelos demais dirigentes –, mas perdeu o apoio do Distrito Federal. Agora, "fechados com a Bahia", como contou Rodrigues, estão Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará e Paraná.

O cartola baiano espera o retorno ao Brasil de dois dos principais líderes do grupo: Francisco Nove­­letto Neto, da Federação Gaúcha, e Paulo Schettino, da Mineira. Ambos estão nos Estados Unidos. O baiano recebeu com resignação a notícia de que Del Nero acompanhou ontem Marín em seu primeiro dia oficial de trabalho como novo presidente. Os seis temem a interferência da Federação Paulista no poder. "Se este processo de transição acontecia há tempos, só a Federação Pau­­lista sabia de tudo?", indagou Rodrigues.

Embora seja considerada uma tarefa difícil, existem brechas no estatuto da CBF que permitiriam o sucesso de uma rebelião contra a permanência de Marín na presidência. O mesmo documento que garante a legalidade do dirigente, enquanto novo chefe do futebol brasileiro, deixa espaço para que as federações tentem tirá-lo dessa posição.

Pelo estatuto da CBF, convocar uma assembleia-geral para destituir o presidente não é uma tarefa das mais difíceis. Basta um quinto dos votos das 27 entidades filiadas para que haja a convocação de uma reunião extraordinária. Ou seja, 6 votos, o tamanho exato dos rebeldes.

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