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Depois de causar polêmica no futebol ao revelar que era viciado em cocaína, o atacante André Moreira Neles, também conhecido como André Balada, surpreendeu novamente. Nesta sexta-feira (12) defendendo o Barueri, o jogador afirmou, em entrevista à Rádio CBN/Diário, que o atacante Jardel, do Criciúma, era seu companheiro em festas e que eles já consumiram drogas juntos.

"Eu e o Jardel saímos muitas vezes, já usamos drogas. Dele eu posso falar porque ele mesmo declarou isso nacionalmente", afirmou.

O ex-artilheiro do Grêmio confessou que era dependente químico no final de abril deste ano. Em julho, Jardel, aos 34 anos, acertou com o tricolor catarinense para atuar na Série B do Brasileirão. Um destino que, segundo André, poucos ex-dependentes têm a sorte de compartilhar.

Para o atacante, que já registrou passagens pelo Palmeiras e pelo Figueirense, as tentações da profissão facilitam a escolha pelo caminho errado. As drogas se tornam sinônimo de aventura, uma fuga do cotidiano daquele que muito jovem conseguiu realizar o sonho de infância: ser jogador de futebol.

"Isso entra na vida sem a gente perceber. No meu caso, eu tinha dinheiro, fama, mulheres, tudo o que eu queria e sempre faltava aquele algo mais. Sempre tinha aquele vazio dentro de mim. Você, então, procura experimentar novas aventuras e, às vezes, se perde. Esse foi o meu caso, eu me perdi", declarou.

Segundo o jogador, é daí em diante que fica constatada a dependência.

"Começa na cerveja, passa para o cigarro, depois a maconha e vai virando uma bola de neve. Quando você vê, perdeu controle, é um dependente de cocaína porque nada mais faz efeito",contou.

Cigarro e bebida todo dia, drogas aos fins de semana

Logo, a vida desregrada começou a influenciar no trabalho. De acordo com André, foram diversas as ocasiões em que apareceu para treinar ainda sob o efeito das drogas e do álcool.

"Só passava antes em algum posto e tomava um cafezinho para disfarçar o bafo. A minha vida não era compatível com a de um profissional de futebol. Eu fumava um maço de cigarro diariamente, bebia todo dia e usava droga todo final de semana. Assim, não tinha como jogar", afirmou.A salvação no Scarpelli

O vício durou dois anos, de 2002 a 2004, ano em que o atleta foi contratado para reforçar o Figueirense na disputa do Brasileirão. No alvinegro, André Neles jogou poucas vezes como titular e, cerca de um mês após sua apresentação, o atacante foi remanejado para o time B do clube.

Por outro lado, foi no Scarpelli que ele obteve a ajuda que necessitava para largar o vício. Mesmo sem ser íntimo do goleiro Gustavo, hoje reserva da equipe catarinense, André foi convidado a freqüentar a igreja. Segundo ele, uma proposta que mudou completamente a sua história.

"Ele (Gustavo) foi um enviado de Deus no momento mais difícil da minha vida pessoal e da minha carreira. Eu estava afundando nas drogas, em coisas que não devia estar fazendo", reconheceu.

Atacante pede nova chance no Figueira

Jogando pelo Barueri, André Neles está confiante no acesso do time à Série A. Com 39 pontos somados em 23 rodadas, a equipe paulista está em quinto lugar na tabela de classificação, logo atrás do Avaí, e é candidata a uma das vagas na elite em 2009. Mesmo assim, o jogador de 30 anos demonstrou o desejo de voltar a atuar no Figueirense, a fim de reparar a má impressão que deixou em sua primeira passagem.

"Eu tive um momento muito complicado no Figueirense, não por erro do clube, mas por culpa minha. Eu não soube administrar a oportunidade que me foi dada. Inclusive, quero até pedir perdão à diretoria. Ainda tenho vontade de voltar a jogar em Florianópolis, que foi onde tudo começou. E tenho o sonho de retornar ao Figueira para apagar a primeira imagem negativa que eu deixei", disse.

Mal-entendido

Antes de terminar a entrevista. André pediu para esclarecer um mal-entendido que está sendo veiculado pela mídia. Ele disse que não é verdade a notícia de que tenha consumido cocaína no vestiário do Palmeiras, clube que defendeu em 2003. O atacante garantiu que na época não havia mais ninguém do elenco que era dependente de drogas.

"Conheço jogadores (usuários de drogas), mas que estão em outros clubes. Não vou citar nomes porque cada um tem que se responsabilizar pelos seus atos. Muitos já me ligaram pedindo para não falar o nome. Não vou fazer isso, não é do meu caráter. Mas eu dou um aconselho a eles: procurem a igreja, porque Deus pode libertar", finalizou.

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