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  • Zagueiro-zagueiro:Zambiasi tinha nome de zagueiro rústico, capitão do time, nascido no Rio Grande do Sul – e era exatamente isso. Sem jamais brincar em serviço, rapidamente virou ídolo no Coritiba e desenvolveu um improvável faro de artilheiro, especialmente nas bolas alçadas na área inimiga. De 1995 a 1997, anotou 18 gols com o manto coxa-branca, tornando o zagueiro que mais balançou as redes pelo clube – feito quebrado por Emerson, com 19, em 2012. Os alviverdes jamais esquecerão o Atletiba em que o jogador de Nova Bréscia, mesmo com dois dedos da mão quebrado, marcou os dois gols do empate por 2 a 2.
  • Mullet voador:Numa fase difícil do clube, o goleiro Gilmar Schiochet, gáucho de Farroupilha, virou ídolo da torcida do Atlético entre 1991 e 95. O camisa 1 tinha até cântico próprio, na entrada em campo da equipe:
  • Um craque Bagaço:Após brilhar no Maringá, o meia Adoílson pintou na Vila Capanema, uma das primeiras contratações do então novato Paraná, fundado em dezembro de 1989. Não demorou muito para o apelidado cair nas graças da torcida Tricolor. Ao final da passagem do jogador pelo clube, foram 78 gols em 241 jogos e quatro canecos levantados (os estaduais de 1991, 93 e 94 e o da Série B de 92).
  • Arbitragem oriental:Nobuaki Morodomi foi um dos principais juízes do Paraná, especialmente na primeira metade dos anos 90. Numa época em que o futebol japonês era ainda incipiente, o baixinho nipônico causava desconfiança (além das piadas óbvias sobre os olhos
  • Coronel da bola:O mais folclórico dos cartolas do futebol paranaense protagonizou os seus últimos grandes momentos nos anos 90. Em 1992, o União Bandeirante, cube que Meneghel liderou por 40 anos, enfrentou o Londrina na final do Paranaense e por pouco não ficou com o título – foram cinco vices do Estadual. Entre as mais célebres passagens do usineiro pelos gramados, duas o ex-dirigente desmentiu, a do tiro na bola para acabar o jogo, e a de que os atacantes Paquito e Tião Abatiá, negociados com o Coritiba, teriam vindo de cavalo de Bandeirante para a capital.
  • Points nos estádios:A modernização dos estádios de Curitiba derrubou três points clássicos para as torcidas da capital que viveram seus últimos anos na década de 90. O Couto Pereira perdeu o Churrascão Alto da Glória, tradicional restaurante que ficava ao lado do prédio da antiga social do clube, que também foi para o chão. Na Baixada, a construção da Arena extinguiu o ginásio, ponto de encontro dos atleticanos antes das partidas (inclusive para jogar uma pelada). Na Vila Capanema, ficou para a história o bar Oca, que servia um dos melhores bolinhos de carne da cidade, tanto durante as partidas no estádio, quanto para os jornalistas, durante os treinos.
  • O mausoléu da FPF:Enquanto o Pinheirão existiu, sempre foi alvo de críticas (todas justas, diga-se). Era longe para a Curitiba da época, as arquibancadas ficavam distantes do gramado, o frio era de rachar e estava sempre inacabado. Fechado desde 2007, já deu tempo de sentir saudade e, pelo menos recordar dos grandes jogos no estádio da Federação Paranaense de Futebol (FPF) e, principalmente, das passagens bizarras. Como aquela em que o zagueiro Reginaldo, do Atlético, saltou para a morte ao mergulhar no túnel alagado do estádio e saiu nadando rumo ao vestiário. E tem mais: se o Pinheirão tivesse seguido funcionando, teríamos sido poupados de toda a confusão – e um monte de notas oficiais – envolvendo empréstimos de estádio entre Atlético, Coritiba e Paraná.
  • Bandeira, papel e foguete:Nos anos 90 a festa das torcidas rolava quase sem restrições – e o que é melhor, liberada para os adeptos dos dois times. Até mesmo baterias de fogos de artifício eram acionadas de dentro dos estádios, normalmente atrás dos gols, e ensurdeciam os presentes por longos minutos. Papel picado, cataratas de papel higiênico arremessado das arquibancadas, fumaça colorida disparada de extintores e bandeiras de todos os tamanhos e cores tremulando. Não consta que alguém tenha morrido por causa de festa de torcida.

A década de 90 foi uma das mais movimentadas do futebol paranaense. Um clube novato, o Paraná, surgiu nos últimos dias de 89 e logo desbancou os times mais tradicionais do estado, Atlético e Coritiba. Foi ainda um período de transição entre o amadorismo total dos anos 80 e os anseios de profissionalização no futebol. Relembre personagens e lugares que marcaram época e, passado tanto tempo, ainda fazem falta.

A década de 90 no Paraná

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