
Apito tira coritibanos do sério
Coxa reclama do pênalti a favor do Palmeiras, de um sobre Tcheco não assinalado, e do gol em impedimento do zagueiro Thiago Heleno
Confira a ficha e como foi a primeira partida decisiva
"A torcida vai nos dar a força de vontade. Um jogo histórico, pela final, mas também por uma virada que nos dará o título."
Tcheco, meia do Coritiba.
A maior maturidade do Coritiba para a disputa da segunda final consecutiva de Copa do Brasil destacada pelo técnico Marcelo Oliveira durante a semana não bastou. Em partida com muitas reclamações em relação à arbitragem, o Coxa levou a pior na primeira parte da decisão.Diante do Palmeiras, ontem, em Barueri, o time paranaense foi derrotado por 2 a 0, gols que saíram de uma forma bem conhecida: a bola parada.
Palmeiras 2 x 0 Coritiba
Para evitar mais uma decepção em pleno Couto Pereira, a equipe coxa-branca terá de vencer pelo mesmo placar, para levar a decisão para os pênaltis, ou então bater o Alviverde paulista por três gols de diferença. Desta forma, garantiria a conquista inédita após os 90 minutos regulamentares.
O roteiro, por enquanto, é ainda pior do que o da final de 2011, quando o Coxa perdeu para o Vasco por 1 a 0 em São Januário. Depois, apesar de vencer a partida de volta por 3 a 2, foi obrigado a ver os cariocas levantarem a taça do torneio nacional.
Além disso, uma estatística incômoda acompanhará o Coritiba até o jogo de volta, na próxima quarta-feira, às 21h50. Nas últimas dez edições da Copa do Brasil, apenas em duas oportunidades a equipe que fez a partida de ida fora de casa ficou com o título. Nas outras oito vezes, restou a lamentação das equipes dentro da própria casa.
Para evitar que o pesadelo se repita em 2012, a equipe do Alto da Glória precisará se apegar ao retrospecto que possui dentro do Couto Pereira. "É o nosso caldeirão", avisou o zagueiro Emerson, que levou o terceiro amarelo e não entrará em campo, visivelmente transtornado após o duelo.
Nos últimos dois anos, sob o comando de Oliveira, a equipe venceu todos os 11 jogos que disputou diante da torcida na Copa do Brasil. Neste ano, sob os seus domínios, o Coritiba bateu todos os adversários com pelo menos dois gols de vantagem.
"Perdemos aqui [em Barueri], mas não tem nada decidido. Vamos trabalhar, porque dentro do Couto a gente é muito forte", disse Rafinha. "Pode ter certeza de que não acabou não. Vamos buscar com certeza", reforçou o meia Lincoln.
Melhor na partida e com uma postura de time mandante, o Coxa desperdiçou várias chances claras de gol, principalmente no primeiro tempo da partida. Nos acréscimos da etapa inicial, no entanto, foi o Porco que chegou às redes, com o chileno Valdivia, de pênalti lance polêmico, muito contestado pelo campeão paranaense.
Na parte final do jogo, Thiago Heleno em posição duvidosa aproveitou cobrança de falta e marcou o segundo do time da casa. Valdivia, expulso ontem por dar uma cotovelada no rosto de Willian, é o desfalque do time palmeirense na decisão.
"Eles tinham a bola parada e sabíamos disso. As poucas chance deles acabaram resultando em gol", lamentou o goleiro Vanderlei, que, assim como os jogadores do Coxa, reclamou muito da marcação do pênalti que originou o primeiro gol.
Após o duelo, o técnico Marcelo Oliveira foi a voz da crítica ao apito de Wilton Pereira Sampaio, de Goiás. "Nós, na minha opinião, jogamos melhor. Mas há de se lamentar os lances [da arbitragem] que poderiam alterar a história do jogo", destacou. Ele também lamentou as chances perdidas pelo time uma incrível com Junior Urso, no início do embate. "Tenho que cobrar os jogadores, sim..." E emendou um tom de otimismo. "Para quem tem um grupo unido como nosso, não tem nada impossível."
Após o revés na primeira parte da final, o elenco do Coritiba permanece hoje em São Paulo. Os reservas partem para Atibaia, no interior paulista, e no domingo enfrentam o São Paulo, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro.
Os titulares retornam amanhã para a capital paranaense, pensando em uma solução para se evitar, na semana que vem, uma nova tragédia em território coxa-branca.