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Lar de Pelé, o Atleta do Século, a Vila Belmiro formou muitos outros ídolos consagrados na história santista, que completa hoje 100 anos | Sérgio Tomisaki/ Folhapress
Lar de Pelé, o Atleta do Século, a Vila Belmiro formou muitos outros ídolos consagrados na história santista, que completa hoje 100 anos| Foto: Sérgio Tomisaki/ Folhapress

"Eu cheguei ao Santos quando era muito difícil ser contratado por um time de fora. Joguei com Pelé, Coutinho, Clodoaldo, Carlos Alberto Torres, todos aqueles craques maravilhosos. Era tão concorrido que mesmo jogadores famosos tinham de fazer testes para ficar no clube."

Joel Mendes, ex-goleiro, defendeu o Peixe no início dos anos 70. Jogou também no Coritiba e encerrou a carreira no Colorado. Hoje está aposentado.

"Conquistei títulos em todas as categorias de base do clube. Meu pai foi olheiro do Santos por 30 anos. Convivi com aquelas feras, pois também trabalhei no clube. Eu entregava carta para o Pelé no vestiário, ele chutava a minha bunda, despenteava o meu cabelo. Uma época muito inspiradora."

Cláudio Marques, ex-zagueiro, cria da base santista no início dos anos 60. É o maior campeão da história do Coritiba. Hoje é comentarista esportivo.

  • Documentário

Parabéns pelos 100 anos de futebol arte. Não é exagero saudar assim, efusivamente, o centenário do Santos Futebol Clube, completado hoje. Lar de Pelé, o Peixe acostumou-se a forjar craques ao longo de sua história.

VÍDEO: Colunistas da Gazeta falam sobre o centenário do Santos

Não bastasse o maior de to­­dos os tempos – além da clássica camisa branca, Pelé vestiu apenas o uniforme da seleção brasileira e o do americano Cosmos –, nasceram também na Vila Bel­­miro Pepe, Coutinho, Pita, entre outros. Era o suficiente, mas surgi­­ram ainda Gio­­vanni, Diego e Ro­­binho.

Hoje, Paulo Henrique Gan­­so é o 10 alvinegro. E, por último, há o moleque de cabelo moicano, Neymar, possivelmente a melhor revelação santista depois do Atleta do Século.

Todos esses jogadores marcados pela vocação ofensiva e a atitude irreverente. O Alvi­­ne­­gro é o clube que mais marcou gols na história, superando a casa das 11 mil bolas na rede.

"Não é uma coincidência. Começou com uma aposta nos jovens para os momentos difíceis da equipe. Mas se tornou uma cultura", afirma Thiago Arantes, jornalista, autor do livro Os 10 mais do Santos.

Impulsionado pelo Rei do Futebol e pela garotada formada em suas categorias de base, o Peixe conquistou tudo. Citando apenas os títulos mais importantes, foram dois Mundiais, três Libertadores e oito brasileiros – dois deles na versão moderna, em 2002 e 2004 – e uma Copa do Brasil.

"Mesmo naquela época, era possível perceber que se estava diante do melhor time de todos os tempos. Qualquer que fosse o adversário, o Santos atropelava. Foi um privilégio ver de perto e entrevistar o Pelé várias vezes", recorda Nestor Baptista, conselheiro do Tribunal de Contas do Pa­­ra­­ná e ex-repórter esportivo.

As grandes memórias estão também no campo afetivo. Em 1973, aos 2 anos de idade, Tobias de Macedo teve a chance de entrar em campo com Pelé, num confronto com o seu Atlético. "Por onde passava, o Santos provocava um turbilhão, era quase um clima de show no estádio", afirma o advogado.

Era assim no mundo inteiro, nas excursões que incluíam o Peixe como atração principal, pela Europa, Ásia, África e América Latina. E mesmo o Maracanã, quando São Paulo e Rio de Janeiro brigavam pela supremacia do esporte no país, virou a casa da equipe durante os dourados anos 60.

Parecia que na­­da seria capaz de deter aquele esquadrão. Até que Pelé parou, em 1974, depois de 1.091 gols marcados em 21 anos como boleiro profissional. A partir daí, o clube experimentou quase duas décadas de sofrimento dentro e fora dos gramados – não por acaso, os adversários criaram o bordão "Pelé parou, o Santos acabou".

Mas em 2002, a geração de Diego e Robinho tratou de recuperar a marca do Peixe. "A torcida se acostumou com o espírito de ataque e o clube soube se reinventar. Sempre foi muito difícil jogar com os caras", afirma Barcímio Si­­cupira, comentarista esporti­­vo que enfrentou o Santos vá­­rias vezes, por Botafogo, Atlé­­tico e Corinthians.

Documentário mostra os 100 anos de futebol arte na Vila Belmiro

Como parte das comemorações pelo centenário do Santos, chega neste sábado (14) às lojas de todo o país, em formato DVD, o documentário "Santos, 100 anos de futebol arte", dirigido pela cineasta paulistana Lina Chamie. Apenas em Santos e São Paulo é possível ver o filme nos cinemas, em cartaz desde o início do mês. Leia abaixo uma entrevista com a diretora:

O que os apaixonados por futebol verão no documentário?

É um filme parte de uma trilogia. O segundo, que será dirigido pela Kátia Lund, se chama "Meninos da Vila", e o terceiro que eu vou voltar a dirigir, que é um filme sobre gols, por hora batizado de "Santos de todos os gols". Nossa intenção foi transcender a marca do centenário, de ser um filme institucional. É um documentário emocional, sem um narrador, contando a história do time através de jogadores, torcedores etc.

Como lidar com a relação do Pelé e Santos?

Foi algo muito pensado na hora de montar. É um filme sobre o Santos, não sobre o Pelé. Agora, basicamente, quando o Pelé entra enquanto personagem, o time já era o melhor do Brasil, e aí vira o melhor do mundo.

É possível definir o Santos?

Desde os primórdios, em 1919, é o time que fornece os jogadores mais jovens para a seleção brasileira. Nunca foi um time de grandes contratações. As gerações que mais brilharam sempre tiveram um futebol jovem, de atacantes irreverentes.

Como você vê o mercado de filmes de futebol atualmente?

O futebol é uma dramaturgia genial. Proporcionalmente, temos pouca representação no cinema. Os filmes de centenário avançam pouco no mercado. Tentei fazer essa interface.

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Esportes | 9:17

O Santos completa 100 anos de história neste sábado (14). Carneiro Neto e Edson Militão, colunistas da Gazeta do Povo, lembram craques que passaram pelo clube e jogos marcantes da equipe.

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