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Santos ganhou a espinhosa missão de defender o Atlético na “final” com o Criciúma | Antonio More/ Gazeta do Povo
Santos ganhou a espinhosa missão de defender o Atlético na “final” com o Criciúma| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

Bilheteria

Atleticanos começam a se mobilizar para ‘tomar’ Criciúma

Fernando Rudnick

A torcida do Atlético terá, no máximo, 1.500 ingressos para o jogo que pode marcar o retorno do clube à Série A, neste sábado, às 16h20, contra o Criciúma, em Santa Catarina. A carga foi definida ontem, após reunião entre a diretoria do Tigre e a Polícia Militar. Por enquanto, segundo a assessoria de imprensa do clube catarinense, Atlético recebeu 780 bilhetes. Outras 300 entradas solicitadas pelo Rubro-Negro foram enviadas ontem a Curitiba. Número que pode aumentar caso o Furacão requisite, até chegar ao limite de 1.500 – o time visitante tem direito a no mínimo 10% de ingressos colocados à venda.

O Atlético também anunciou ontem o esgotamento das vagas nos três ônibus que havia disponibilizado para levar, de graça, torcedores a Criciúma. Os sócios que reservaram assentos para a viagem devem comparecer até as 16 h de hoje no Espaço Sócio Furacão para comprar o ingresso. O preço único da entrada é de R$ 50.

CPI

José Cid Campêlo Filho, ex-vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, será ouvido nesta noite na Assembleia Legislativa. O depoimento abre os trabalhos da CPI instaurada na Casa para investigar as obras para a Copa em Curitiba. Possivelmente, Mario Celso Petraglia, presidente do clube, será o próximo a ser convidado pela comissão. Pela manhã, a partir das 10h30, a Assembleia abre debate público, em audiência promovida pela Comissão de Mobilização do Clube Atlético Paranaense.

Da próxima vez que assistir a uma reprise de O Auto da Compadecida, o atleticano deve olhar com mais atenção para a igreja em que se desen­­rola parte do filme. É dos bancos de madeira da Igre­­ja Matriz Nossa Senhora da Conceição, em Cabaceiras, na Paraíba, que vêm as mais fortes orações para o camisa 1 do Furacão no jogo de sábado, contra o Criciúma, que pode levar o clube de volta à Série A.

Confirmado na sexta-feira pelo técnico Ricardo Drubscky como substituto de Weverton, suspenso, Santos disputará a partida mais importante desde que deixou, há oito anos, o município de 5 mil habitantes do semiárido e pobre Vale do Cariri. Autoproclamada "Roliúde Nordestina", a cidade já serviu de locação para mais de 20 filmes, sempre com a participação de suas casas e moradores. Enquanto os amigos e irmãos procuravam um pontinha nas telas, Bazinho, como é chamado entre a família, fazia vistosas defesas dos chutes em que um primo dava em uma bola de meia.

De tanto treinar, chamou a atenção do professor de Educação Física da escola da cidade, que o indiciou para uma escolinha em Campina Grande, a 67 quilômetros. Passou apenas dois meses por lá, até ser indicado para o Porto, de Pernambuco. Um ano e uma Copa São Paulo pelo clube de Caruaru e as portas do Atlético se abriram, para alegria e apreensão da agricultora Dona Mara, que até então sempre acompanhava os jogos do caçula de sete filhos – o pai, Severino, é aposentado.

"Foi uma emoção muito grande. Deu pena de deixá-lo ir, mas sabíamos que seria uma oportunidade muito boa", conta a mãe, que em quatro anos conseguiu visitar o filho apenas uma vez em Curitiba, no Dia das Mães de 2010, a convite do Atlético.

Santos não desembarcou sozinho no CT do Caju. Chegou ao Furacão acompanhado de outros quatro jogadores, resultado da parceria de quase um ano entre Porto e Atlético. Três foram embora; Ficaram o meia Victor Sandes e o goleiro, que ainda tem 20% dos seus direitos presos ao clube pernambucano.

Fã do goleiro Dida e da banda Aviões do Forró, Santos chamou atenção da torcida pela primeira vez no vice-campeonato da Copinha de 2009. A partir dali, sempre rondou o imaginário do torcedor como futuro camisa 1 rubro-negro. No profissional, teve chance apenas em duas partidas da Sul-Americana-2011 – derrotas por 1 a 0 para o Flamengo.

A inatividade de quase 15 meses é visto como o único risco à atuação de Santos, hoje com 22 anos, no sábado. Ouvidos pela Gazeta do Povo, José Porfírio (presidente do Porto), Dario (o professor que foi buscá-lo em Cabaceiras), Sandro Forner (ex-técnico dele na base do Atlético) e Thiago Mehl (ex-preparador dele na base do Atlético) foram unânimes ao listar as qualidades capazes de se sobrepor à falta de ritmo: velocidade, boa saída de bola e frieza. "Ele está muito adaptado ao clube, sabe o que a torcida espera de um goleiro do Atlético. Está pronto para jogar", assegura Mehl.

Confirmado já no vestiário do Fumeirão, em Arapiraca, Santos contou para a mãe que jogaria no domingo à noite. O coração de Dona Mara disparou e ela intensificou as orações. "Fico muito nervosa quando ele joga. Na primeira vez, até passei mal", conta ela, torcendo para que a partida passe na tevê. Caso contrário, terá de esperar a ligação do filho. E as férias de dezembro, quando espera ouvir com detalhes – entre uma garfada e outra de cuscuz, buchada de bode e galinha de capoeira – como o Bazinho ajudou o Atlético a voltar à Série A.

Procurado, Santos foi impedido de falar pela assessoria de imprensa do clube.

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