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Visita à Arena da Baixada, que começou na última quinta-feira, mostra um lado ainda mais cinza do estádio | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Visita à Arena da Baixada, que começou na última quinta-feira, mostra um lado ainda mais cinza do estádio| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Para reforçar o estádio como ponto turístico, o Atlético inaugurou visitas guiadas à Arena. Batizada de Stadium Tour, a atração promete uma “experiência inesquecível” pelos bastidores da casa do Furacão, sede de quatro partidas da Copa do Mundo no Brasil.

Ao término do programa, entretanto, o clube entrega um passeio que poderia ser em qualquer praça esportiva, tão poucas são as referências ao Rubro-Negro. Nas cores do clube, a porta da sala de imprensa, uma geladeira no vestiário, painéis sobre o clássico Atletiba e pouco mais.

Desde julho do ano passado sob o controle do Furacão – concluída a cessão à Fifa para a realização do Mundial – a Arena é quase completamente cinza. Por fora e nas arquibancadas, como era conhecido de todos. E ao longo de toda a parte interna, como revela a tour.

Em dado momento, o guia explica a escolha da cor das cadeiras: “Nosso arquiteto, Carlos Arcos [primo do presidente do clube, Mario Celso Petraglia] escolheu três tons de cinza que, com a movimentação da torcida, parece fumaça subindo”.

O nome do clube, Atlético, não ganha uma citação sequer. Apenas a sigla. “Agora nós vamos conhecer a sala de imprensa do CAP”, diz o guia. Mais tarde, o anfitrião repete a alusão: “A emoção aumenta agora, vamos conhecer o vestiário do CAP”.

Já no encerramento do tour, com a presença da equipe de reportagem da Gazeta do Povo, um torcedor pergunta: “Não tem nenhuma taça, nada?”. O guia, sempre solícito, responde: “Nós ainda vamos providenciar um memorial do clube”. Os feitos do time ao longo de mais de 90 anos também não são contemplados.

A mini excursão inicia na esplanada da Rua Buenos Aires. Depois de comprar o ingresso – R$ 15 e R$ 7,50 a meia entrada –, o visitante é recepcionado em uma pequena sala. Lá assiste a um vídeo institucional de aproximadamente 11 minutos.

A peça apresenta o CT do Caju e a construção da Arena. E fecha com lances de partidas do Atlético. Com destaque para a eliminação na Copa do Brasil do ano passado, apesar dos 2 a 0 sobre o América-RN, quando a torcida retornou ao estádio após o Mundial.

A caminhada inicia pelo setor VIP, onde são apresentadas duas maquetes do estádio. Uma representação do formato que durou entre 1999 e 2011 e outra da atual fase. Não há menção de que o local recebeu a primeira arquibancada de madeira do Paraná e que a versão inicial da Baixada foi inaugurada em 1914.

Aos poucos, os visitantes conhecem os ambientes internos, exclusivos de jogadores e funcionários. A sala de imprensa causa comoção. No entanto, ao contrário do que ocorre em outras tours por estádios, não é permitido bater fotos na bancada de entrevista coletiva, com o símbolo do Atlético e a marca dos patrocinadores atrás.

O luxo do camarim atleticano impressiona a todos. Há diversas banheiras, sala de aquecimento etc. Bem humorado, um torcedor comenta: “E os caras não conseguem jogar bola com isso tudo”. O guia ressalta que os boleiros podem acessar a internet nas acomodações.

Em seguida, é a vez de conhecer o campo de jogo, considerado o ponto alto da tour. Não poder pisar no gramado causa frustração geral. É permitido somente permanecer na área do banco de reservas do Furacão, sem sentar nas poltronas acolchoadas. O recurso do teto retrátil , único da América Latina, é exaltado pelo guia.

Transcorrida mais de uma hora, a visita chega ao fim. O grupo de cerca de 40 pessoas é conduzido a um espaço com mesas e uma loja que vende bebidas e artigos do Furacão. “Gostei bastante da iniciativa”, resume Vitor Hugo Pascolatti, 36 anos, professor e morador de Rolândia que aproveitou a passagem por Curitiba para conhecer a Arena.

Torcedor atleticano, Milton Meira também elogiou a nova atração. “Acho ótima a oportunidade. Já conheci o Stade de France [em Paris] e foi muito legal. É um processo de aprendizado, precisa de mais interação. Mas o Atlético está de parabéns”, diz o empresário de 56 anos.

Serviço

CAP Stadium Tour: de terça a domingo, às 10h30, 14h e 15h30. Valores: R$ 15,00 e R$ 7,50 (meia-entrada). Sócio Furacão paga R$ 5, com a apresentação de documento oficial e smartcard. Local: centro de atendimento na esplanada da Rua Buenos Aires.

  • O banco de reservas é um dos pontos altos do tour na Arena da Baixada
  • Poucos painéis contam momentos históricos da história do Furacão
  • Como de praxe em visitas a estádios, o campo de jogo é intocável
  • Teto retrátil é exaltado durante o passeio
  • Setor VIP também está na pauta da visita guiada da Arena
  • Com restrições, sala de imprensa pode ser visitada pelos torcedores
  • Stadium Tour é vendido com uma “experiência inesquecível”
  • Torcedores tiram fotos do interior da Arena da Baixada
  • Até os chuveiros podem ser conhecidos na visita ao estádio
  • Goleiro Weverton de papelão e camisa do volante Deivid estavam expostas no tour
  • Banheiras utilizadas pelos jogadores
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