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João Otávio Simões Neto, dono do ex-São José, no alojamento-motel do clube | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
João Otávio Simões Neto, dono do ex-São José, no alojamento-motel do clube| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo
  • Confira como foi a participação do São José na Segunda Divisão estadual

O São José, equipe que disputou a Segunda Divisão estadual, ganhou fama às avessas. O time de São José dos Pinhais nem foi tão mal na competição, acabou em quinto. Mas a distinção ocorreu mesmo nas arquibancadas.

Em nove jogos disputados em casa, a equipe amealhou apenas 278 pessoas. Desse total, só 179 pagaram para assistir a equipe da região metropolitana.

A situação chegou a tal ponto que João Otávio Simões Neto, o dono do time, por vezes chegou a torcer pelo não comparecimento do público. Viu no abandono uma forma de conseguir patrocinadores.

"Agora chego no patrocinador e aviso: você vai estar investindo no único time que disputou uma partida oficial com nenhum pagante", brinca.

O fatídico confronto ocorreu dia 4 de junho. Foi o primeiro jo­­go do São José no Estádio do Pi­­nhão. Empolgado com a estreia na rodada anterior, cujo o mando de campo jogou em Ponta Grossa, visto por 64 pessoas, João Otávio mandou confeccionar 400 bilhetes. Ninguém apareceu.

"Tenho todas as reportagens, estou pensando em mandar para o livro dos recordes", completa.

Torcedor é tão raro, que quando aparece, tem de ser pego no pulo. No caso do São José, o dirigente lembra apenas de um, o seu Armindo. Não se sabe o motivo, mas depois da segunda rodada, ele foi em todos os confrontos do no Estádio Xingu.

"Ele vai sempre. Foi chegando, começou a aparecer. Since­­ramente, acho que é o único", diz João Otávio que nas últimas partidas já estava dando o ingresso para Armindo na tentativa de garantir o único incentivo do ti­­me nas arquibancadas. "Ele já é um patrimônio do clube."

Mas nem o isolado torcedor conseguiu amortizar o prejuízo do mandatário. No total, João Otávio calcula ter ficado no vermelho em mais ou menos R$ 100 mil por disputar a competição. Por isso, está decidido a mudar sua sede. Fechou uma parceria com a prefeitura de Rio Negro e, no ano que vem, o São José mudará de estádio – mas manterá o nome.

Antes, contudo, tenta dar uma compensada no prejuízo jogando a Segundona do Cata­­rinense. Como Porto, defendendo a cidade de Porto Iguaçu, o time – agora mambembe – já realizou duas partidas em casa. Só na primeira teria tido mais gente do que em todos os jogos no Paranaense.

Mas como todos os clubes mantidos por empresários, não é da renda que a associação, e João Otávio, pretende lucrar. A ideia é, claro, negociar jogadores. Criado em 2008, por enquanto o dirigente diz, otimista, que está tudo empatado.

O empresário foi jogador do Coxa nos anos 70. Era reserva de Dirceu quando teve um problema no joelho e abandou o futebol. Então fez três faculdades: administração, contabilidade e direito. Assim, virou proprietário de dois motéis em Curitiba – onde, curiosamente, seu time concentrava antes dos confrontos. Vale a pena?

"Com os motéis, se tira um lucro de R$ 20 mil no fim do mês. Só na negociação de um garoto dá para tirar 50, 60 mil", revela.

Atualmente, sua aposta é Zé Tiago, um ala-esquerdo de 20 anos. Vindo do interior da Bahia, esse atleta, nos cálculos de Otá­­vio, vale bem mais do que as negociações usuais.

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