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Festa do time campeão paranaense sub-17 em novembro de 2016. No destaque, David. | /Gazeta do Povo
Festa do time campeão paranaense sub-17 em novembro de 2016. No destaque, David.| Foto: /Gazeta do Povo

Um dos suspeitos de participar do espancamento do ex-meia do Coritiba Daniel, David Vollero da Silva, 18 anos, foi jogador das categorias de base do Paraná Clube entre outubro de 2016 e maio de 2017, conforme reportagem do UOL Esporte publicada nesta quarta-feira (14).

Em seu depoimento à Polícia Civil, David admitiu ter participado do espancamento de Daniel na casa do empresário Edison Brittes Jr, assassino confesso do atleta. Após a sessão de socos e pontapés, David acompanhou Edison e os também suspeitos Ygor King e Eduardo da Silva, ambos de 19 anos, até o matagal em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde Daniel foi mortos a facadas. O corpo foi encontrado dia 27 de outubro com sinais de tortura: a cabeça estava quase degolada e o pênis havia sido decepado.

Registro de David no Boletim Informativo da CBF.

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Apesar de já ter sido dispensado, o vínculo de David com o Tricolor valia até 2019 e foi rescindido apenas na última terça-feira (13). O suspeito está preso na carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, no bairro Hauer, em Curitiba.

David ainda contou à polícia que conversou com Daniel sobre futebol na casa da família Brittes. O suspeito era colega de escola de Allana Brites, filha de Edison, e mantinha um relacionamento com a menina. Allana e a mae, Cristiana, estão presas no presídio de Piraquara.

Pelo Tricolor, David chegou a ser campeão paranaense sub-17 sobre o Coritiba, em 2016, mas sem ter entrado em campo.

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Seis pessoas devem ser indiciadas pela morte de Daniel. Além de Edison, Cristina e Allana Brites, Ygor King e David Willian da Silva, Eduardo Henrique da Silva, 18, namorado da prima de Cristiana, também será indiciado.

Versão de David

Segundo Robson Domacoski, advogado de David Willian da Silva e Ygor King, confirma o passado de David como jogador de futebol de categorias de base. Domacoski conta que David inicialmente ajudou a agredir Daniel mas que, na sequência, teria tentado parar as agressões.

“No momento do alarde de que Daniel estaria estuprando a esposa do Edison, David ajudou a bater no Daniel. Algum tempo depois, achou que o Daniel tinha apanhado o suficiente e passou a segurar o pessoal para não bater mais, ele pedia para que parassem, tanto que chegou a segurar as pernas de um cara que chutava o Daniel”, relata Domacoski.

Em seguida, ainda segundo o advogado, David, Ygor e Eduardo entraram no carro com Edison com o objetivo de deixar Daniel sem roupas na estrada.

“Edison disse que ia filmar o Daniel na estrada para ele passar vergonha. No caminho, Edison não parava de olhar no celular, e viu algo que deixou ele descontrolado, dizendo que ia matar Daniel. Ygor e David tentaram demovê-lo, são meninos jovens, sem experiência de vida, ficaram apavorados. Disseram pra ele pensar nos filhos, na família, que ia estragar a vida de todos, mas o Edison, descontrolado, não ouviu ninguém”, completa Domacoski.

O caso

O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado.

Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.

À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia.

Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. Segundo o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, a polícia investiga se ele não pegou a faca de dentro de casa.

Daniel chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.

Antes de ser preso, Edison chegou a ligar para a família e amigos de Daniel para prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.

Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.

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