
Los Três Inimigos ganham as ruas contra o vandalismo
Com muito bom humor, os personagens Los Três Inimigos, do cartunista da Gazeta do Povo Tiago Recchia, vão ilustrar ônibus, estações-tubo, cartazes, folhetos e camisetas em Curitiba contra o vandalismo. Os comentários estampados pelos representantes de Atlético, Coritiba e Paraná não fogem da característica do trio, e trazem exemplos como "Campeón não quebra ônibus. Coisa de perdedor, de Timinho" e "El golero leva frango y lo buzón paga lo pato?".
A iniciativa é da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (Setransp), e conta com o apoio da Gazeta do Povo. A prefeitura da capital disponibiliza o telefone 153 para a população denunciar atos de vandalismo na cidade.
Dirigentes de Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná Clube e J. Malucelli se reuniram nesta sexta-feira na Federação Paranaense de Futebol (FPF) com a Polícia Militar, com a prefeitura de Curitiba e representantes do Ministério Público do Paraná (MP-PR) para tratar da segurança nos estádios de futebol. A medida foi motivada pela recente punição de vândalos, imposta pela justiça de Pinhais, e visa procurar formas de pôr fim à violência dentro e fora das praças desportivas.
"Não tínhamos uma pauta específica, mas procuramos discutir maneiras de diminuir a violência entre as torcidas. Uma proposta minha foi chamar os chefes das organizadas para esta discussão, para que possamos transformar o futebol em um espetáculo de entretenimento", disse o presidente do Coritiba, Jair Cirino, à Gazeta do Povo Online. Os presidentes Aurival Correia (Paraná), Gláucio Geara (Atlético) e o supervisor do Jotinha, Rui Wisniewski, também estiveram presentes.
Outro ponto levantado foi a importância na proibição da venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios e nos seus arredores medida prevista no artigo 39 do Estatuto do Torcedor. Todos os presentes concordaram que o período sem bebidas etílicas está se mostrando muito positivo para a diminuição da violência no futebol paranaense. O MP-PR, inclusive, trabalha sob os esforços do procurador-geral de justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, para que a implementação da legislação seja cumprida em sua íntegra.
"Certamente estas medidas terão reflexo na sociedade e poderão colocar o estado como exemplo para todo o país", opinou o coronel da PM, Jorge Costa Filho. "O que precisamos lembrar, é que dois clubes são adversários apenas nos noventa minutos em que a bola rola. Precisamos fazer os torcedores enxergarem assim também. Somos todos seres humanos e precisamos do respeito mútuo, dentro e fora dos estádios", afirmou o presidente da FPF, Hélio Cury, em entrevista ao site da entidade. O discurso converge com a posição de outros mandatários.
"Esta foi uma conversa preliminar para que a gente conheça as necessidades e as dificuldades para combater a violência. Mas tenho certeza que rapidamente vamos ampliar a segurança e garantir que todos os bons torcedores possam assistir aos jogos com tranqüilidade", destacou Gláucio Geara, em declaração reproduzida pelo site oficial do Furacão. O próximo encontro para tratar da segurança vai acontecer no dia 4 de março, no Juizado Especial Criminal de Curitiba.
Até lá, por sugestão de Jair Cirino, os departamentos de marketing dos clubes podem dar a sua contribuição. "Podemos espalhar mensagens pelos estádios estimulando o respeito ao adversário, assim como desestimular a venda de bebidas nos arredores das praças desportivas. É algo que o marketing de cada equipe pode fazer. As declarações equilibradas dos dirigentes também são importantes, sobretudo em período de clássicos", finalizou o presidente do Coxa.
A reportagem tentou contatar Aurival Correia, mas o presidente do Paraná não foi encontrado.