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Darío Pereyra, que já treinou o Coritiba, se encantou com o sossego do interior paranaense | Roberto Custodio/ Gazeta do Povo
Darío Pereyra, que já treinou o Coritiba, se encantou com o sossego do interior paranaense| Foto: Roberto Custodio/ Gazeta do Povo

De camisa 10 a xerifão da za­­ga. De técnico responsável pela fa­­çanha de derrotar o poderoso Bo­­ca Juniors, em plena La Bom­­bonera, a comandante do interiorano Arapongas. A carreira do uruguaio Darío Pereyra tem sido marcada pela imprevisibilidade tanto dentro de campo, quanto no banco de reservas.

Com mais de 40 anos dedicados ao futebol, ele chega ao time da região Norte do Paraná para recomeçar. Há sete anos longe dos gramados, o treinador surpreendeu ao apostar no time do Estádio dos Pássaros para encerrar o hiato que colocou na pro­­fis­­são.

Aos 55 anos, Darío Pereyra assumiu o Alviverde do interior com a missão de classificar o "Ara­­pongão" para a Série D do Cam­­­­peonato Brasileiro. "Esta­­mos fazendo uma boa pré-temporada. É um pouco mais difícil porque não é um time que já estava montando, mas estamos criando um conjunto entre os jogadores e te­­mos certeza que vai dar certo", afirmou.

Enquanto esteve fora dos gramados, Pereyra atuou como con­­sultor técnico da Traffic. O exílio do dia a dia bola lhe serviu para ficar mais perto da fa­­mí­lia, após anos convivendo com o desgaste das concentrações. "Meus filhos estavam en­­trando na adolescência e eu não podia ficar fora disso. Ago­­ra eles tão grandes e senti que era hora de voltar a treinar. Gos­­tei muito do projeto que o presidente [Adir Leme da Silva] me apresentou e resolvi encarar este desafio", explicou Darío.

Nesta volta ao batente, o clima de cidade pequena da quen­­te Arapongas parece ter con­­quis­tado o ex-zagueiro do São Paulo. Mesmo com o time ainda em for­­mação, ele se anima com a possi­­bilidade de su­­cesso e planeja esticar a trajetória no futebol paranaense, após ter treinado também o Coritiba, em 1998.

Entretanto, engana-se quem pensa que a volta ao trabalho se­­rá apenas temporária. Darío ga­­rante estar empolgado com a oportunidade, como se estivesse estreando na profissão. "Ago­­ra vou até quando Deus qui­­ser. O Antônio Lopes, por exemplo, tem 70 anos e continua aí, então eu tenho bastante tempo ainda", brincou.

A volta do uruguaio ao banco de reservas acontece no mo­­men­to em que o futebol do seu país desfruta de um prestígio poucas vezes visto anteriormente. Em alta no mercado brasileiro, os profissionais da Charrúa invadiram os campeonatos tupiniquins. No Para­­naense, além de Pereyra, Mor­­ro García e Mar­­tín Li­­guera irão fazer du­­pla no Atlético, sob o co­­mando do con­­ter­râneo Juan Ra­­món Car­­rasco.

Campeão da Co­­pa América sub-20 pela Ce­­­­leste Olímpica ao lado de Car­­­­ras­­­­­co, em 1975, o técnico do Ara­­pon­gas garante que há anos não en­­contra o ex-companheiro, mas diz conhecer bem o estilo de jogo do co­­mandante atleticano. "Joga­­mos junto no Nacio­­nal e sei que ele gosta de jogar para frente, com escalações ofensivas, vai ser um encontro legal".

O duelo entre os técnicos uru­­­­guaios será no dia 19 de fe­­vereiro, pela 9.ª rodada do primeiro turno do Campeonato Pa­­­­­­­ranaense. Até lá, Darío Pe­­reyra espera ter conseguido co­­locar um pouco do tempero dos pampas na maneira de jogar do "Arapongão".

"Antes o futebol uruguaio era só raça e vontade. Agora, con­­se­­guimos acrescentar a habilidade e é isso que quero colocar no meu time", revelou.

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