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Tenho acompanhado ao longo de minha vida e nos desafios que tenho encontrado um profundo respeito pela opinião e posições daqueles que defendem suas ideias, mesmo sendo elas questionáveis ou de discordância, pois o pensamento não pode calar-se diante das inúmeras oportunidades que a vida nos oferece, sejam elas positivas ou sejam elas de caráter crítico.

Recentemente levado a uma posição junto à gestão administrativa do Coritiba Foot Ball Club, tenho me surpreendido com a falta de profissionalismo de determinados setores que envolvem o futebol, sendo esses setores, tratados de forma amadora e passional.

Ao longo dos anos os clubes foram levados e taxados como os grandes vilões do sistema, escravizando atletas com a famigerada lei do passe que muitos transtornos trouxeram ao futebol brasileiro e a sua independência criativa na busca de novos talentos, matéria-prima riquíssima no Brasil.

Com o advento da nova lei, hoje chamada de "Lei Pelé", os papéis se inverteram, levando o futebol paixão e emoção na sua essência, para uma banca de negócios, onde maus empresários (por óbvio que também existem os bons) tomam conta do futebol com interferência direta na direção dos clubes, sem responsabilidade e contribuindo de maneira extraordinária para o aumento do prejuízo às instituições que estão em processo contínuo de degradação, tanto econômica como financeira. Desta situação não escapam nem os clubes chamados grandes do eixo Rio e São Paulo, onde a exposição à mídia e patrocínios são muito maiores gerando como consequên­­cia, uma concorrência desleal e co­­varde aos demais clubes.

O mercado do futebol está tornando os clubes médios e pequenos reféns da deslealdade e das ações de determinados clubes chamados de grandes que simplesmente seduzem os jovens talentos usando artifícios da lei e da total falta de ética.

Há que se repensar urgentemente em uma nova visão no futebol brasileiro com gestões profissionais e responsáveis. Os clubes devem se unir criando meios de sobrevivência. Há urgência da aprovação de código de ética de conduta na busca do aperfeiçoamento e equilíbrio. Não se pode admitir mais a remuneração absurda que se paga em alguns clubes brasileiros, sob pena das dívidas se acumularem (hoje já são insuportáveis) tornando a grande coletividade de torcedores sacrificada com espetáculos medíocres e um futebol de baixa qualidade.

O estado como gerador de emprego e responsabilidade social, deve, igualmente, assumir o seu papel em relação à segurança e meios adequados de conforto às praças esportivas, levando o lazer e a alegria, buscando integrar o processo cultural e respeito junto às entidades. A sua omissão gera a violência com consequências terríveis à consolidação das futuras gerações de torcedores.

Atualmente, vemos um processo contínuo de autofagia, principalmente no estado do Paraná. O Coritiba punido injustamente sofre o desconforto do abandono pelas lideranças deste estado. Os principais culpados pelos fa­­tos lamentáveis e reprovados do dia 06 de dezembro estão soltos e o clube que buscou e apelou pelo socorro do estado, desgraçadamente foi pu­­nido. É a primeira vez que a vítima procura o estado pa­­ra se proteger e é punida.

Empresários, a classe política, representantes empresariais, entidades de classe, todos devem unir-se em prol da defesa de nosso Paraná. A punição do Coritiba é um descaso ao nosso estado e à sua coletividade. Eis a grande questão, pois a falta de união e amor ao Paraná demonstra de forma peremptória a grande verdade. As vo­­zes simplesmente se calam...

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Vilson Ribeiro de Andrade é vice-presidente do Coritiba.

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