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43% das pequenas empresas brasileiras compraram ou instalaram novos softwares para operar remotamente, segundo pesquisa da plataforma Capterra, da consultoria Gartner.

Home office

55% das pequenas empresas não adotavam home office antes da crise do coronavírus

Patrícia Basilio, especial para Gazeta do Povo
24/04/2020 21:23
Há um mês, a equipe da SEGASP Univalores teve enfrentar uma mudança inesperada na rotina de trabalho: levar o escritório para a própria casa. Por conta da quarentena determinada pela crise do novo coronavírus, todos os 45 profissionais da empresa tiveram de adotar o home office — experiência que 95% deles nunca vivenciaram antes na seguradora paulista.
“Nossas equipes de tecnologia de recursos humanos ficaram duas semanas trabalhando com segurança e infraestrutura para viabilizar o home office. Muitos profissionais não tinham computador nem internet em casa. Tivemos de fazer esse levantamento e comprar notebooks para eles”, explicou Viviane Moura, executiva de RH da seguradora.
Além da adaptação tecnológica, Viviane também acompanhou como os trabalhadores estavam lidando com esse novo formato de trabalho. “Na primeira semana, eles tiveram dificuldade para trabalhar por preocupação e ansiedade em relação à economia do país. Mas depois, o home office aproximou as pessoas e trouxe sinergia para a empresa, apesar da distância”, acrescentou.
Como a SEGASP Univalores, 55% das pequenas empresas brasileiras não adotavam o home office antes da crise do coronavírus e 43% compraram ou instalaram novos softwares para operar remotamente, segundo pesquisa da plataforma Capterra, da consultoria Gartner.
“Cada pequena empresa tem sua particularidade, mas o trabalho remoto exigiu que muitas digitalizassem as áreas de negócios à força pela crise. E quando falamos de novas tecnologias, nos referimos a qualquer uma, como a nuvem”, exemplificou Lucca Rossi, analista da plataforma.
O estudo da Capterra destacou também que 49% dos equipamentos utilizados para o trabalho remoto — como notebook, internet e celular — são dos próprios profissionais, 29%, da empresa, e 22% de ambos. “Há um déficit tecnológico nas pequenas empresas”, disse Rossi.
Apesar das dificuldades, os dados da consultoria reforçam que os trabalhadores desejam continuar trabalhando em casa ao menos uma vez por semana — decisão que “vai depender do resultado dessa experiência forçada”, argumentou o especialista.
Na Provi, startup de financiamento educacional, o home office era esporádico, liberado em casos de necessidade do funcionário. Com a crise do coronavírus, contudo, os 30 profissionais da empresa estão trabalhando de casa, conectados via VPN (rede privada virtual) pelo notebook corporativo.

Happy hour online

Manter o emocional da equipe equilibrado se tornou, então, prioridade da liderança. “Todo mundo se sente mais sozinho na quarentena. Priorizamos a reunião com vídeo para a galera se ver e quebrar um pouco essa solidão. Também realizamos happy hour online”, contou Luciano Krebs, CTO da Provi.
Com resultados positivos em produtividade e feedback da equipe, Krebs avalia disponibilizar o trabalho remoto ao menos uma vez por semana. O desafio está na comunicação entre todos os setores. “Presencialmente, podemos chamar as pessoas para reunião. A distância, é mais complicado. Essa fase foi boa para descobrirmos como precisamos melhorar nossa comunicação”, analisou o executivo.

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