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Ação Inovadora

Com plataforma de chat para comércio, startup curitibana facilita vendas via WhatsApp

Vivian Faria, especial para GazzConecta
06/11/2020 10:00
Entre o medo das pessoas de se contaminarem com Covid-19, as restrições de funcionamento para evitar aglomerações e os cortes de gastos das famílias no período de pandemia, o varejo viu as vendas - que deveriam crescer 5,3% em 2020, conforme projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo* - despencarem nos primeiros meses de pandemia. O pior momento foi registrado em maio, quando o resultado acumulado do ano ficou 8,8% abaixo do obtido no mesmo período de 2019, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.
Para evitar prejuízos ainda maiores, as lojas resolveram investir na digitalização - e muitas passaram a atender via WhatsApp. Foi aí que a startup curitibana OmniChat viu suas vendas crescerem. Fundada há quatro anos, a empresa oferece uma plataforma de comércio conversacional, com foco no aplicativo de mensagens. Em outras palavras, o serviço permite que as solicitações de clientes que chegam pelo WhatsApp da loja sejam encaminhadas para serem atendidas em tempo real por vendedores. No caso de marcas com várias unidades ou franquias, um robô faz uma triagem, direcionando o cliente para ser atendido por funcionários de lojas próximas a ele.
“A digitalização pode ser por browser, por app, etc., mas a nossa visão é de que o chat é uma ferramenta importante para resolver várias questões. Na prática, temos uma plataforma para desktop e um app. Com a plataforma, o vendedor que não podia entrar na loja trabalhava de casa, do computador dele, vendendo por WhatsApp. E naquelas lojas em que, apesar de abertas, os clientes não entravam por medo, o vendedor podia usar o app para fazer vendas para quem tava em casa ou qualquer outro lugar”, afirma o CEO da startup, Mauricio Trezub.
Conforme ele, além de ser um ambiente mais controlado - e portanto, mais profissional - do que o próprio WhatsApp, a plataforma permite a experiência da compra feita pessoalmente no ambiente virtual, principalmente via aplicativo. “O app dá mobilidade ao vendedor, que pode andar pela loja, tirar fotos de produtos, fazer vídeos”, diz. Depois da compra, o consumidor recebe o produto em casa.
Trezub conta que, a partir da pandemia, a plataforma começou a ser usada por grandes varejistas como Arezzo e O Boticário. Com isso, em quatro meses, o número de vendedores inscritos nela quadruplicou: foi de 2.000, em fevereiro, para 8.000, em junho. Além disso, o serviço também foi vendido para instituições de ensino, que passaram a atender remotamente as solicitações de alunos que antes eram feitas presencialmente nas secretarias.
Para a OmniChat, isso se refletiu em um faturamento três vezes maior em 2020 do que em 2019 e na contratação de 35 novos funcionários - em fevereiro, a empresa contava apenas com 25 contratados. Para empresas que adotaram o sistema, significou não só a possibilidade de manter lojas “abertas”, mesmo durante os períodos mais restritivos das ações para tentar evitar a disseminação da Covid-19, mas também um contato mais próximo com os clientes do que os e-commerces permitem.
“Essa mudança de hábito [de compras] que a pandemia causou é um negócio que as pessoas aprenderam e não vão desaprender. E a nossa expectativa para o ano que vem é triplicar de tamanho de novo”, prevê o CEO.
*Estimativa para o varejo ampliado, que inclui os ramos automotivos e de materiais de construção, de fevereiro de 2020.

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