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Ação Inovadora

Para sobreviver na pandemia, fábrica de brinquedos produz totens de álcool em gel

Vivian Faria, especial para GazzConecta
13/11/2020 10:01
Não foi de uma hora para outra que a Nogueira Brinquedos sentiu os impactos da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Mesmo com seus clientes fechando as portas em meados de março, a fabricante de brinquedos paulistana fundada em 1996 seguiu fechando negócios até abril. Foi só perto de maio que a luz de alerta se acendeu: “Por mais que tivéssemos projetos para entregar, os nossos clientes não poderiam receber e os fornecedores não estavam trabalhando. E nós tínhamos uma empresa para sustentar”, diz a gerente de marketing e novos projetos, Percila Paloma.
Vieram, então, as reuniões para levantar ideias do que poderia ser feito durante a pandemia. Inicialmente, surgiram propostas para desenvolvimento de novos produtos - ou aperfeiçoamento dos antigos, além da revisão de estratégias da empresa. Embora algumas dessas ideias tenham sido levadas adiante, as conversas continuaram, pois a busca era por algo de retorno imediato.
“Então os próprios clientes começaram a perguntar como eles poderiam higienizar os brinquedos. Começamos a pensar em alguns comportamentos relacionados à pandemia, até que três clientes vieram perguntar, num intervalo de um ou dois dias, se estávamos fabricando totens de álcool em gel”, conta Percila.
Identificada a demanda, a empresa passou à fase de pesquisa e desenvolvimento, que foi rápida. Depois de alguns testes, a equipe da Nogueira chegou a um modelo de totem ativado por pedal que era compacto e atendia crianças e adultos. Feito sobre uma estrutura de aço e com placas de poliestireno que podem ser personalizadas, o produto tinha as características que a empresa buscava - leveza e durabilidade - e poderia ser feito pelos funcionários da fábrica, com as máquinas e materiais de que ela já dispunha.
O sucesso foi imediato. “Em maio e junho, foi o que segurou a empresa. Fabricamos mais de 1.500 totens para atender o nosso segmento e outros clientes que acabaram nos conhecendo. Podemos não ter tido lucro, mas pelo menos não tivemos prejuízo”, afirma a representante da Nogueira Brinquedos. Conforme ela, entre os novos clientes estavam clínicas médicas, lojas de conveniência e postos de gasolina. Com a procura, o produto acabou indo para cidades de todo o Brasil e passou a integrar definitivamente - ou, pelo menos, enquanto houver coronavírus - o leque de produtos da empresa.

Empregos

Apesar de o totem ter sido o produto que sustentou a Nogueira Brinquedos por pelo menos dois destes oito meses de pandemia, outro produto também chamou a atenção de clientes no período: um pequeno cavalo de pelúcia para montar que, com rodinhas nas patas, faz o movimento de galope a partir da movimentação da criança em cima dele.
“Fizemos o pré-lançamento dele por volta de 10 de março, mas veio a pandemia. Com o tempo, sentimos que, como as crianças estavam ficando muito em casa, começou a vir uma demanda por esse produto, porque ele era diferente, porque dava para colocar no quintal de casa”, explica Percila.
O brinquedo acabou se tornando o primeiro produto da Nogueira Brinquedos a ser vendido diretamente para o consumidor final (B2C), e a empresa decidiu investir nesse tipo de produto, passando a produzir sua própria pelúcia, que antes era terceirizada. O resultado foi a criação de empregos na fábrica. “Acreditamos no potencial do produto a partir de dezembro. Pode ser muito bom para o setor em que atuamos e também para o cliente final”, avalia Percila.

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