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Ação Inovadora

Rede Vale Verde adota farmácia itinerante com laboratório para exames em casa

Vivian Faria, especial para GazzConecta
18/11/2020 10:00
Verdade seja dita: inovação não era algo estranho à rede de farmácias londrinense Vale Verde antes de 2020. Há cerca de quatro anos, por exemplo, a empresa - que tem 28 unidades em Londrina e sete cidades da região - resolveu remodelar suas lojas para criar um ambiente mais acolhedor e voltado ao bem estar dos clientes. Foi assim que surgiram as farmácias sem balcão da rede, que aproximaram funcionários e clientes e, aos poucos, vêm sendo replicadas em todos os pontos. Mais tarde, a rede também começou a realizar testes laboratoriais remotos em parceria com a startup Hilab.
Assim, quando a pandemia bateu à porta e fez a farmácia perder parte significativa de seu movimento - e, consequentemente, de sua receita -, não demorou para surgir uma ideia que ajudaria a rede a recuperar as vendas: criar farmácias itinerantes, que circulariam pelos bairros da cidade para atender os clientes em casa - ou bem perto dela.
“A ideia era que se o cliente não pudesse ir até a farmácia, nós iríamos até o cliente. Então, alugamos três carros, adesivamos, criamos um protocolo e pedimos autorização para a vigilância sanitária”, conta a CEO da rede, Ana Carolina Augusto Correa. Uma vez aprovada pela autoridade de saúde, a ideia ganhou as ruas. Os carros - chamados Farma Móveis - começaram a circular com motorista e farmacêutico em diferentes bairros por dia - os quais eram anunciados com antecedência nas redes sociais. Eles vendiam produtos de higiene pessoal, artigos para bebês e vitaminas.
Logo, a Vale Verde percebeu que o Farma Móvel também permitia que parte dos serviços que já eram prestados na farmácia fosse levado aos clientes. Usando a tecnologia da Hilab, os profissionais que atendiam na farmácia itinerante começaram a fazer exames, como os que detectam Covid-19, gripe, dengue e gravidez (beta HCG), e os que medem o colesterol e a concentração de vitamina D no sangue. Passaram a realizar também aplicação de injeção e perfuração de lóbulo.
Em um mês de funcionamento, o Farma Móvel atingiu o faturamento de uma pequena loja da Vale Verde, com ticket médio 20% maior do que o da rede. “Ele foi tão bem aceito que vamos dar continuidade ao projeto. Nossas lojas estão voltando à normalidade, mas vamos mantê-lo. A demanda foi muito boa”, afirma Ana Carolina.
Farmamóvel da Rede Vale Verde. Foto: Divulgação/Madeira Mídia.
Farmamóvel da Rede Vale Verde. Foto: Divulgação/Madeira Mídia.

Outras ações

Mesmo sendo a principal inovação da rede no período, a farmácia itinerante não foi a única ideia colocada em prática para manter a empresa no azul no período de pandemia. Outra novidade foi a criação do empreendedor online, um programa que permitia que indivíduos se tornassem vendedores dos produtos da marca própria da rede e ganhassem comissão a partir das vendas realizadas. A empresa ainda fortaleceu o drive thru, com que já trabalhava em uma unidade, e ampliou o serviço de delivery.
Tudo isso foi associado à redução de jornada e à suspensão de contratos possibilitadas por medidas do governo federal - e também à negociação de valores a serem pagos em aluguel e à revisão de gastos. “Em março, o faturamento aumentou, porque todo mundo correu para comprar medicamentos. Em abril, tivemos queda e só começamos a retomar a normalidade a partir de julho e agosto. O impacto foi grande, mas, mesmo com o faturamento menor, tivemos algum lucro”, diz Ana Carolina.
Isso permitiu não só a manutenção dos 550 postos de trabalho da rede, mas também que a empresa agisse para, nas palavras da CEO, “contribuir com a cidade”, fazendo doações ao Hospital Universitário de Londrina. “Toda quinta-feira, a cada R$ 50 em compras, nós doamos R$ 5 para o HU”, conta.

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