Thumbnail

Brian Begnoche, Anthony McCourtney e Greg Kelly, sócios da EqSeed.

EqSeed

Aplicativo permite investir em startups com apenas R$ 5 mil

Patrícia Basilio, especial para Gazeta do Povo
27/02/2020 22:09
Investir
em startups que podem valer mais de US$ 1 bilhão no futuro passou a ser tão
fácil quanto realizar aplicações financeiras pela internet. Por um aplicativo,
a fintech carioca EqSeed permite que o investidor, já cadastrado, faça
aplicações a partir de R$ 5 mil em poucos minutos. A empresa que vende fatias
do negócio, por sua vez, recebe o aporte 10 dias após a negociação. Em cinco
anos, a plataforma concluiu 30 rodadas de investimento, que totalizaram R$ 30
milhões em captação — com valor médio de R$ 1 milhão por rodada.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado de capitais, criou em 2017 uma regulamentação específica para o equity crowdfunding, como é chamado este tipo de investimento. Pela regra, apenas startups com faturamento anual de até R$ 10 milhões podem realizar ofertas por meio de financiamento coletivo.
“Antes da regulamentação da CVM, as rodadas não chegavam em R$ 300 mil. Agora, passam de milhões. Há mais credibilidade no investimento pelas regras e pela quantidade de negociações realizadas”, afirmou Brian Begnoche, sócio-fundador da EqSeed.
De acordo com o economista norte-americano, a fintech permite que investidores tenham acesso a startups promissoras no início da operação para que cresçam junto com elas. “Imagina quem teve oportunidade de investir no Nubank quando o banco estava começando? Na época, os investidores não tinham acesso a esses unicórnios”, questionou ele.
Para os empreendedores, Begnoche garante que recorrer ao equity crowdfunding é uma maneira rápida e segura para capitalizar o negócio sem “vender se tornar funcionário da própria empresa”. “Jovens empresários costumam se preocupar com o valuation do negócio e acabam vendendo muito da empresa. Na EqSeed, eles dizem o valor que querem de equity e o percentual oferecido da startup”, explicou o economista.
Entre os negócios promissores que buscam investimento na plataforma está a Joycar, de mobilidade urbana, que é residente do Cubo Itaú, maior hub de empreendedorismo da América Latina. A empresa quer captar R$ 3 milhões, por 22,5% de participação societária.
Segundo
Bruno Diniz, professor de fintechs da FGV (Fundação Getulio Vargas), antes de
recorrer a uma plataforma de financiamento coletivo, os empreendedores devem
buscar empresas que tenham bom histórico de captação em projetos anteriores e
estar cientes dos custos cobrados pela operação. “O ideal é que o empreendedor
também entre em contato com outras startups para saber qual foi a experiência
delas no processo, mitigando riscos”, alertou o especialista, membro da
ABStartups (Associação Brasileira de Startups).

Regras daplaforma

Na
EqSeed, a startup deve estar faturando os primeiros milhares ao mês, ter
escalabilidade e um fundador com visão de futuro para poder captar dinheiro.
Não há preferência por setor. “Se a empresa conseguir captar o investimento
desejado, recebemos um percentual de captação de 10% [do total captado]. Caso
contrário, não recebemos nada”, detalhou Begnoche.
Com o sucesso do negócio, a EqSeed deve dobrar de tamanho até o final do ano, passando de 20 funcionários para 50. “Queremos chegar a R$ 100 milhões investidos [o triplo do atingido em 2019] em breve”, calculou o norte-americano, sem revelar um prazo.
Além da EqSeed, existem outras plataformas de equity crowdfunding que atuam no Brasil, como a Broota e a Start Me Up. No ano passado, também desembarcou no Brasil a israelense OurCrowd, que está presente em 180 países.

Enquete

Estes são os temas mais procurados em relação a cursos sobre inteligência artificial no momento. Se você tivesse que escolher um deles, qual seria sua opção?

Newsletter

Receba todas as melhores matérias em primeira mão