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Luana Ozemela, economista fundadora da BlackWin

BlackWin

Brasil ganha plataforma de investidoras-anjo liderada por mulheres negras

GazzConecta
21/07/2022 18:53
O Brasil terá, a partir da próxima semana, uma plataforma de investidoras-anjo liderada por mulheres negras. A Black Women Investment Network (BlackWin), será lançada, no dia 25/07 das 10h às 11h45, em um evento online aberto ao público (link para inscrição). A plataforma, que atuará como um clube de investimentos, tem como objetivo estimular as mulheres negras a investirem para viabilizar o seu protagonismo no fomento da equidade racial como investidoras-anjo.
A plataforma nasceu de um sonho da economista e empresária Luana Ozemela, que é fundadora e CEO da DIMA Consult, empresa especializada em desenvolvimento econômico baseada no Brasil e no Catar e que atuou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington (Estados Unidos), onde criou o primeiro programa de apoio a empreendedores negros. Atualmente, ela também integra o conselho de diversas instituições, incluindo o Laboratório de Inovação Financeira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Pacto de Promoção da Equidade Racial e o Sistema B Internacional.
“Almejamos um futuro no qual as pessoas negras sejam prósperas, protagonistas de suas vidas e contribuam para uma transformação coletiva. Queremos alcançar a equidade de gênero e raça no ecossistema de investimentos e caminhos mais eficazes para gerar prosperidade para todos”, explica a economista. 
Dados da PNAD 2005-2018 mostram que apesar das empresas lideradas por pessoas negras crescerem mais rapidamente em número e tamanho, o capital investido nelas não é compatível com o tamanho da população negra (56% da população brasileira, conforme base do IBGE), e é bem inferior ao que os empreendedores brancos estão recebendo (segundo dados para os Estados Unidos usando Crunchbase, as startups de empreendedores negros recebem apenas 1,2% do capital de risco investido).
Além disso, segundo um relatório da Accenture para 2022 - Bridging the Black Founders VC Gap, os investidores negros têm 3x mais chances de investir em um empreendedor negro e oferecer cheques maiores nas rodadas de investimento. Entretanto, desconhecem-se dados sobre a participação de mulheres negras no mercado de investimento no Brasil, mas sabemos que apenas 16% dos investidores-anjo são mulheres e 3% se declaram negros, pardos ou indígenas.
A estimativa do clube é que sejam investidos R$ 100 mil por rodada, que podem ser alavancados por aliados e coinvestidores tornando o capital da BlackWin uma espécie de catalizador de investimentos. Segundo Jessica Silva Rios, cofundadora da BlackWin, “O grupo se inspira nos movimentos de articulação econômica e social para emancipação do povo negro, liderados no século 18 por mulheres negras - como a Irmandade da Boa Morte, que reunia mulheres negras escravizadas e libertas no recôncavo baiano”, diz ela que é também membra do Comitê ESG do Grupo Fleury, consultora especialista no programa Black Founders Fund do Google, Conselheira do Pacto de Promoção da Equidade Racial e ex-sócia da VOX capital, primeira gestora de Investimentos de Impacto no Brasil. Em relação ao foco do investimento, Jéssica comenta: “Nossa tese foca exclusivamente em negócios fundados por pessoas negras que detenham 50% da empresa e/ou com uma equipe majoritariamente negra em cargos de C level. Nossa ambição é tornarmos um dos grupos de investidores mais ativos em Black Founders do Brasil, suprindo a lacuna de capital semente”, diz ela.
Os investimentos são agnóstico a setor, desde que o negócio tenha sede e operação no Brasil. Na hora de escolher as empresas que receberão aporte de capital, também, serão levados em conta três principais fatores: (1) o grau de inovação social ou tecnológica incorporadas ao core do negócio; (2) o estágio dos negócios, priorizando startups early stage em fase de MVP que buscam capital semente, (3) a capacidade dos modelos de negócio e/ou o produto/serviço resolver gargalos importantes do país e contribuindo para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
A BlackWin já conta com um grupo de mais de 20 integrantes de várias regiões do país, atuando no mercado de investimentos nas áreas jurídica e due diligence, contábil, finanças corporativas, empreendedorismo, consultoria empresarial, compliance, administração de fundos, investimentos de impacto, entre outras. Grupos de trabalho compostos por mulheres negras, entre elas Ana Minuto, Cida Bento, Daiane Almeida, Giovana Alves, Livia Felix e Silvana Inácio foram formados para estruturar processos internos, prospectar negócios e, engajar e educar mulheres a se tornarem investidoras-anjo.

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