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João Kepler, fundador e CEO da Bossanova.

Rede de apoio

Bossanova: de firma venture capital a apoiadora de startups regionais

Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta
01/07/2022 16:39
Os últimos meses têm sido intensos para a Bossanova, micro venture capital brasileira dedicada a investir em startups em estágio inicial. Alguns cheques novos consolidaram um portfólio que agora ultrapassa mil startups, e o apetite por aquisições tem ajudado a firma a criar novas verticais de negócio que vão além dos investimentos.
Um exemplo está no Bossa Bank, banco digital próprio lançado há alguns meses com o intuito de atender os empreendedores que fazem parte de sua extensa rede. Agora, com acesso a alguns produtos financeiros como conta digital, cartão de crédito e transações internacionais, a Bossanova quer reter os fundadores de startups por lá, mesmo depois que os cheques chegarem aos seus bolsos.
“Não se trata apenas de investir nessas empresas. É preciso criar uma rede de apoio e amparo”, afirmou João Kepler, fundador da Bossanova, em entrevista ao GazzConecta. Na prática, o que a Bossanova faz para ir além dos cheques é oferecer um ambiente digital que facilite o acesso a serviços e benefícios de empresas e a troca constante com investidores e outros agentes do ecossistema de inovação.

Fora do eixo

Na vanguarda dessa e de outras ações está o desejo de fomentar o empreendedorismo local. Um dos primeiros passos para isso remete ainda ao início do fundo, quando Kepler e outros executivos costumavam embarcar em diferentes viagens para conhecer empreendedores de fora do eixo Rio-São Paulo. “Fazíamos questão de ir até eles, entender o que estavam fazendo e como poderíamos ajudá-los”, relembra Kepler.
Anos mais tarde, esse desejo ganhou forma e virou o que Kepler chama de “comunidade”. Em um ambiente de trocas constantes, empreendedores e investidores se conectam entre si, compartilham experiências, organizam eventos e recebem conteúdos informativos da Bossanova.
O apoio à inovação nos quatro cantos do Brasil também se dá pela associação com instituições de empreendedorismo regionais. No Sul do país, por exemplo, a Bossanova mantém uma relação de longa data com entidades como Sebrae Santa Catarina, Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e Join.Valle, iniciativa de inovação de Joinville para investir e capacitar empresas locais.
Em abril deste ano, a Bossanova anunciou a aquisição do Startupi, portal de notícias sobre empreendedorismo e startups. Apesar do DNA paulista, o Startupi tem unidades editoriais em outros estados, como Espírito Santo e Minas Gerais — o que para a Bossanova é um reforço do desejo em manter conversas com empreendedores dos rincões do país. “Queremos levar informação para a comunidade empreendedora, e isso vai além de apenas divulgar as startups do nosso portfólio”, comenta o investidor, que acredita na dobradinha informação e educação. “Queremos ser a XP das startups”, brinca.
Além do Sudeste, está nos planos da empresa levar a Bossanova para todas as regiões do Brasil. “O que fazemos em Santa Catarina, por exemplo, já atraindo a atenção de cidades como Porto Alegre e Curitiba, e logo devemos ter projetos específicos para esses locais também.”

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