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Os dados são do levantamento “desafios e oportunidades do teletrabalho na América Latina e Caribe”.

Comparativo

Brasil é o país da América Latina que menos adotou o home office

GazzConecta
14/07/2021 16:35
O home office já é preferência para ao menos 69% dos brasileiros, mas a modalidade não foi popularizada como se esperava nos momentos mais críticos da pandemia. O Brasil é o país da América Latina que menos adotou o trabalho remoto, segundo a pesquisa Desafios e Oportunidades do Teletrabalho na América Latina e Caribe, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O levantamento mostra que 16% dos trabalhadores brasileiros puderam realizar suas atividades de casa entre abril e junho do ano passado – o percentual é de 13% se considerado os trabalhadores informais e autônomos. No Peru, a taxa de adoção do home office chegou a 30%; 26% na Argentina; 23% no Uruguai; 22% na Costa Rica e Chile.
Entre 20% e 30% das pessoas assalariadas da América Latina, cerca de 23 milhões de trabalhadores, puderam em algum momento trabalhar em casa. Antes da pandemia o número era de 3%. Na visão de Vinícius Pinheiro, Diretor da OIT para a América Latina e Caribe, a nova prática deve se popularizar cada vez mais no futuro.
“O teletrabalho ajudou a amortecer os impactos negativos da crise no mercado de trabalho, contribuindo para a preservação de milhões de empregos. Após a recuperação, certamente essa continuará a ser uma opção e geradora de novas oportunidades, embora seja claro que ainda falta responder aos desafios tanto dos trabalhadores como das empresas que tiveram que implementá-la rapidamente”, destaca Vinícius.
O relatório mostra também que o trabalho remoto foi praticado de maneira desigual, dependendo da categoria e escolaridade. Segundo Roxana Maurizio, especialista regional da OIT em economia do trabalho e autora da pesquisa, os trabalhadores informais, autônomos, jovens, com menor qualificação experimentaram as maiores perdas de empregos e horas trabalhadas, principalmente no primeiro semestre de 2020, e tiveram muito menos acesso ao teletrabalho.
O estudo mostrou também que 11,4% dos trabalhadores brasileiros da iniciativa privada puderam trabalhar em casa, enquanto 24,6% dos servidores públicos puderam trabalhar remotamente.
“Nem todos os trabalhadores puderam usar essa modalidade. Foram sobretudo os assalariados formais, com elevado nível de escolaridade, com vínculo empregatício estável, em ocupações profissionais, gerenciais e administrativas e, claro, com acesso às tecnologias necessárias ao desempenho das suas tarefas, que registaram os maiores acréscimos no teletrabalho”, explica.

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