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Recorde

Brasil fecha 2019 com 11 unicórnios, startups que valem mais de US$ 1 bilhão

Patrícia Basilio, especial para a Gazeta do Povo
17/12/2019 19:10
A menos de duas semanas para o fim de 2019, uma palavra foi selecionada por investidores e mentores para definir o ano entre as startups: consolidação. No Brasil, a década (de 2010 a 2019) tem saldo de 11 unicórnios (empresas com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão), sendo que o Nubank é considerado decacórnio, por valer acima de US$ 10 bilhões. Em 2019 o Ebanx, sediado em Curitiba, se tornou o primeiro unicórnio do Sul do Brasil. O ano também foi positivo em termos de investimentos. Apenas o conglomerado japonês Softbank investiu em 19 empresas na América Latina, 10 delas brasileiras, totalizando US$ 10 milhões.
“Em 2019, as grandes empresas se aproximaram das startups e fundadores se tornaram investidores. O Itaú comprou a Zup IT e o GPA, a Cheftime. O inverso também aconteceu: a Rock Content recentemente comprou a norte-americana ScribbleLive”, comemorou Renata Zanuto, cohead do Cubo Itaú, maior hub de empreendedorismo da América Latina.
Uma das principais organizações de fomento ao empreendedorismo do país, a Endeavor acelerou 300 scale-ups (empresas maduras de rápido crescimento), que cresceram, em média, 70% em 2019. “Dizemos aos empreendedores que sucesso não é sobre um negócio ficar grande, mas sobre sua representatividade para o Brasil. É ter liquidez para investir e fazer a economia girar”, disse Camilla Junqueira, CEO da entidade, no debate “Retrospectiva 2019 e Expectativa 2020”, realizado nesta terça-feira (17), no Cubo, em São Paulo.
Na
avaliação da executiva, 2019 foi um divisor de águas em termos de investimentos
para as startups. Por este motivo, os empreendedores devem aprender a receber
esses aportes, priorizando sempre o “smart money” (dinheiro inteligente). “60%
dos unicórnios dos EUA receberam investimentos de, pelo menos, uma grande
corporação, como o Google”, exemplificou Camilla.

Mulheresganham espaço

As mulheres também ganharam espaço entre as startups, segundo Itali Collini, diretora de operações da 500 Startups, fundo internacional de venture capital. “Das 2400 startups de nosso portfólio, 26% têm uma fundadora mulher. O resultado ainda não é ideal. Queria pelo menos 50%”, avaliou a economista.
Segundo a diretora, especialista em inclusão feminina, bons empreendedores estão distribuídos por todo país – não apenas no Sudeste e no Sul.  Desta forma, diz, é papel do investidor identificá-los nos quatro cantos do país. Vale destacar que o Brasil recebe 26% de todo investimento de venture capital da América Latina. “Vivemos numa bolha de classe média alta de São Paulo. Tive de ir atrás de mães, negros e jovens de periferia de maneira ativa para trazê-los ao fundo. Precisamos mudar, senão chamaremos sempre as mesmas pessoas”, analisou.
Para fomentar o empreendedorismo fora de grandes metrópoles, a Associação Brasileira de Startups organizou treinamentos e workshops em 39 cidades do país. “Não adianta a gente pensar em unicórnio, sem estimular a base dos negócios. Estive em cidades que organizam cinco eventos de empreendedorismo por ano. Só no Cubo, há até sete debates por dia”, comparou Rafael Ribeiro, diretor-executivo da associação.
Em 2020, as perspectivas para o mercado de startups são ainda mais promissoras. A aceleradora catarinense Darwin Startups, por exemplo, deve investir em aceleração de empresas de hardware e nas verticais de educação e saúde. “Estamos pensando em estruturar nosso primeiro fundo de investimento para o segundo semestre [de 2020]. Espero que no próximo ano venha mais investimento estrangeiro para startups iniciantes” disse Marcos Mueller, CEO da aceleradora.

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