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A Women Investment Movement (WIM), fundada por profissionais do ecossistema de inovação, atuará com negócios de base tecnológica criados e geridos por mulheres.

WIM Angels

WIM Angels: Curitiba ganha rede de fomento ao mercado de investidoras anjo

GazzConecta
26/03/2021 19:50
Curitiba, que completa 328 anos nesta segunda-feira (29) e é considerada uma das capitais mais inteligentes do país por contar com um forte ecossistema de inovação, ganha mais uma marca, a WIM Angels - Women Investment Movement. Trata-se de uma rede que nasce com o propósito de incluir mais mulheres no universo de investimentos anjo e empoderar empreendedoras na construção de negócios de base tecnológica.
Como em qualquer rede de investidores anjo, o objetivo da WIM é aportar capital e conselhos estratégicos para o crescimento de startups. Sua atuação será por meio de mulheres protagonistas, tanto no papel de investidoras quanto no papel de empreendedoras, já que as startups que receberão investimento deverão ser fundadas e geridas por mulheres.
O investimento anjo em startups brasileiras mais do que dobrou na última década e passou a marca do bilhão aportados em 2019. Segundo a Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que reúne investidores anjo e apoia o empreendedorismo no país, em sua última pesquisa publicada em 2020, o valor foi 9% maior do que no ano anterior. O número de investidores também apresentou um crescimento expressivo anual de 6%, chegando a 8.220 no final de 2019.
O aumento do valor total e valor médio investido em startups acompanha o crescimento do número de anjos no Brasil. No entanto, o que chama a atenção é a baixa presença de mulheres. Em termos de aporte efetivo, a Anjos do Brasil contabiliza que os aportes sejam feitos 93% por homens e apenas 7% por mulheres. Ou seja, a cada 100 investidores-anjo no Brasil, apenas 7 são mulheres. Números preliminares já apontam um crescimento de 7% para 11%, segundo pesquisa que será veiculada em abril.
Se em uma década houve um salto de 55% no número total de investidores anjo, na próxima década, a WIM espera que este salto ocorra também na evolução do número absoluto de mulheres investidoras, o que implica dobrar a marca das quase 600 atuais.

Como a WIM nasceu?

A WIM foi fundada por 13 investidoras, com experiências e background em diversas áreas, que se uniram pelo propósito de ampliar a participação feminina no ecossistema de inovação.
A organização atuará nas duas pontas: a primeira, para a empreendedora com a oferta de money e smart money, pois além do aporte de recursos financeiros oferecerá conhecimento e networking para o desenvolvimento de negócios; já na segunda o foco são as investidoras, que atuarão no desenvolvimento do ecossistema de investidoras mulheres.
O ponta pé inicial para o projeto foi acorreu no evento Business Round e Empreendedora Curitibana, em 2020, que falavam da importância de potencializar e incentivar a participação feminina nas áreas de investimento e tecnologia. Na ocasião, 4 fundadoras da WIM - Adriana Karam, Cris Alessi, Linda Machado e Marcia Cavalcante - discutiam as dificuldades para as empreendedoras e para as investidoras e resolveram fazer algo a respeito.
Em 2 meses elas agregaram mais mulheres com o mesmo propósito, selecionaram startups e realizaram o primeiro aporte. “Não há tempo a perder e sim a empreender, semeando empreendedoras e contribuindo com crescimento de novas investidoras”, afirma Marcia Beatriz Cavalcante, presidente da WIM Angels.
Ainda segundo Márcia, a WIM pretende se conectar com outros núcleos de investimento anjo feminino, através de parcerias e co-investimento.

O primeiro investimento

O primeiro investimento da WIM foi em parceria com a WE Impact, aceleradora de startups da WE Ventures, fundo de investimento composto pela Microsoft e que tem como foco a conexão das startups com grandes corporações. Desde sua fundação, em 2019, a WE Impact, que tem como founder e CEO uma mulher, já investiu mais de R$ 1 milhão no empreendedorismo feminino tecnológico, impactando a vida de mais de 100 mulheres, por meio de aporte de capital estratégico e financeiro e atuando nos três principais pilares para o sucesso de startups: conhecimento específico, networking e acesso a capital.
O investimento foi feito na Pontue, uma plataforma SaaS de aprendizagem voltada para professores, fundada em 2017 pela professora de português Cris Miura, e pela bacharel em direito Livia Toledo. A startup conta atualmente com 201 escolas parceiras, 35 mil alunos de escolas públicas e privadas, e uma base com mais de 1,7 mil educadores de Ribeirão Preto – SP. Em 2020, a Pontue foi uma das 18 startups selecionadas, dentre mais de 900 inscritas, pela WE Impact.
Segundo a CEO da WE Impact, Lícia Souza, o uso da tecnologia a favor da educação, que já vinha se configurando como tendência, tornou-se uma necessidade e aposta em 2020. Na medida em que muitas escolas devem seguir com o ensino remoto ou híbrido até que possam retornar totalmente ao presencial, a incorporação de ferramentas com tecnologia de ponta no dia a dia das instituições de ensino tem se tornado cada vez mais essencial e promissora. No último ano, durante a pandemia, a Pontue cresceu 322% e planeja crescer até 200% em 2021.
Com o propósito de melhorar a qualidade da educação, o modelo de negócio da startup é baseado em uma plataforma digital para escolas inovadoras que desejam potencializar a aprendizagem do aluno e permitir ao professor construir um plano de aula totalmente online, de forma rápida e descomplicada. O professor seleciona o objetivo da aprendizagem, escolhe a videoaula, apostila ou atividade que irá compor a jornada e libera para o aluno. A plataforma também agiliza a correção das tarefas com aplicação de Inteligência Artificial, oferecendo aos estudantes a possibilidade de feedback rápido e assertivo para que possam desenvolver sua aprendizagem de modo efetivo.

Como participar desse movimento

A WIM é uma rede de investidoras e a forma de fazer parte é por indicação, ou seja, é necessário que ocorra uma indicação por uma das mulheres que já seja membro da WIM. Os critérios utilizados para a avaliação é que a investidora tenha condições de contribuir com a rede não só com money, mas com um blend de smart e money. A WIM busca investidoras que possam contribuir com conhecimento específico, networking e acesso a capital.
“Mesmo sem fazer parte do grupo, as mulheres poderão conhecer o mundo e as boas práticas de investimento anjo, pois a WIM promoverá ações de apoio na formação e desenvolvimento de investidoras que estão iniciando sua jornada”, afirma Linda Machado.
O WIM oferecerá com regularidade sessões de esclarecimento sobre investimento anjo, apresentação de suas investidas, compartilhamento de experiências de suas investidoras e de investidores convidados.

Para as startups

As startups podem encaminhar seus pitch decks através de um formulário disponibilizado no Linkedin da WIM. Todas as apresentações passarão por uma seleção e análise prévia antes de submeterem suas propostas.
Essa seleção é conduzida mensalmente pelo comitê de seleção da WIM e os atributos de seleção dessa análise são:
1) A WIM busca startups com base tecnológica e inovação;
2) É necessário que o produto já tenha passado por um MVP e tenha um faturamento recorrente, mesmo que pequeno.
3) É necessário que a startup tenha sido fundada por mulheres que detenham ao menos 50% da participação societária e exerçam função executiva ou gerencial na empresa.

Conheça as fundadoras da WIM

Foto: divulgação.
Foto: divulgação.
Presidente: Márcia Beatriz Cavalcante - Fundadora e Presidente da Curitiba Angels, Membro do Conselho de Mulheres na Tecnologia/ Assespro-Pr, Advisor de Inovação Aberta da Celepar. Marcia atua no segmento de Tecnologia & Inovação há 20 anos, desenvolvendo e aplicando metodologias de inovação aberta, com experiências em multinacionais, PMEs, ICTs, universidades e atualmente no governo. Hoje aplica design de inovação para a transformação digital de empresas e governo. Grande parte de sua formação é multidisciplinar, fez seu mestrado em engenharia de software na McGill, Canadá, doutorado na UTFPR e pós doc na Universidad Politécnica de Madrid. Seu propósito é criar negócios de significado para empreendedores e investidores, desmaterializando a velha economia em uma mais justa, por meio de negócios digitais que potencialize a criação de riqueza para o bem estar da sociedade.
Adriana Brodbeck Moore - Fundadora da CWB Assessoria, sócia e executiva na empresa MOORE CWB, ambas empresas do ramo de assessoria empresarial e BPO, promovendo o atendimento a pequenas, médias e grandes empresas, dos ramos industriais, agro, comerciais e de serviços. Contadora, MBA em finanças e controladoria pela FGV Conselheira fiscal na Câmara Brasil Alemanha em Curitiba, Perita Judicial.
Adriana Karam - Presidente do Grupo Educacional Opet, investidora-anjo pelo Curitiba Angels, membro do Grupo Mulheres Executivas, pesquisadora e implementadora de inovação educacional.
Ana Paula Camargo - Human Power em Jupter, Diretora do Founder Institute Paraná, Fundadora da Yuniq Editora, Mentora e Advisor de startups - em especial nos temas de “gente”, Colunista do programa Líder S/A, no SBT.
Catarina Guerra - Executiva da área de Recursos Humanos, Managing Director na S7 Consulting, onde lidera projetos estratégicos de Desenvolvimento Organizacional em território nacional. MBA Gestão Empresarial pela FGV e em Gestão de Negócios pelo ESADE. Participa do MEX Brasil desde a sua fundação e é co-fundadora do grupo Radar DV Curitiba que promove ações para a inclusão de deficientes visuais em corridas de rua.
Cíbia Clara GImenez - Gestora de Projetos da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, coordenadora dos programas Empreendedora Curitibana, Worktiba e do comitê de Governança do Ecossistema de Inovação de Curitiba e Região Metropolitana.
Cristina Alessi - Presidente da Agência Curitiba, Presidente do Conselho de Inovação de Curitiba, do InovaCity Fórum e do Conselho de Mulheres na Tecnologia da AssesproPR. Investidora Anjo. BoardMember e Palestrante.
Fernanda Andreazza - Advogada, sócia do escritório Arns de Oliveira e Andreazza Advogados Associados, professora de pós graduação, coautora do livro "Empreendedorismo Social e Inovação Social no Contexto Brasileiro, consultora de negócios de impacto social e ambiental e investidora-anjo.
Gisele Raulik Murphy - Designer, doutora em políticas públicas para design e inovação. Sócia da DUCO Design Intelligence, Assessora de inovação na Celepar, e Vice-presidente da PróDesign Pr.
Izabela Cristina Rucker Curi - Advogada de corporações há 25 anos. É CEO do Rücker Curi Advocacia e Consultoria Juridica. Julgadora do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/Pr. Mestre em Direito pela PUC/SP. Board Member formada pelo IBGC. Negociadora formada pela Harvard Law School.
Linda Machado - Membro Fundadora e Vice Presidente da Curitiba Angels, Executiva da Melt. Investidora Anjo, conselheira e mentora de Startups
Maria Fernanda dos Santos Teixeira - Conselheira de empresas no Brasil e Estados Unidos. Especialista em Tecnologia da Informação e Transformação Digital. Foi CEO/Presidente de grandes Empresas Globais. Co-fundadora do Grupo Mulheres do Brasil
Milena Seabra - Founder na DPivot. Especialista em Design Organizacional e Transformação Digital, possui grande background no mundo corporativo, onde atuou por 17 anos. Recebeu o Prêmio Equilibrista do IBEF Paraná em 2019. VP de Comunicação IBEF PR. BoardMember e mentora de executivos e empreendedores.

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